São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995 |
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Testemunhas viram suspeito com furgão
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
A informação foi dada ontem por um agente da polícia federal dos EUA (FBI) durante a primeira audiência de Timothy McVeigh diante de um juiz federal. Segundo o policial, um funcionário do hotel Dreamland, onde McVeigh ficou hospedado entre 14 e 18 de abril, diz que o acusado dirigia um furgão de aluguel da empresa Ryder idêntico ao que explodiu no dia 19. McVeigh não demonstrou emoção durante a audiência, segundo jornalistas presentes. O único momento em que aparentou algum interesse foi quando seus advogados mostraram manchetes de jornais sobre o atentado. O juiz negou o pedido de Susan Otto e John Coyler Terceiro para deixarem o caso. Eles foram apontados defensores públicos de McVeigh. Otto e Coyler dizem ter perdido pelo menos dez amigos na explosão do edifício do serviço público federal em Oklahoma City. O juiz também indeferiu solicitação deles para que o caso contra McVeigh seja julgado em outro Estado norte-americano, não em Oklahoma. O agente do FBI afirmou que três pessoas dizem ter visto McVeigh em frente ao prédio explodido momentos antes do atentado, mas não foram capazes de reconhecê-lo quando ele foi posto ao lado de outros homens. O outro suspeito do atentado ainda não foi localizado. O FBI negou ontem que sua identidade já tenha sido estabelecida. Anteontem, a rede de TV ABC informou que o FBI sabe quem é o suspeito, mas não pode divulgar seu nome. No Senado, o diretor do FBI, Louis Freeh, prestou depoimento à Comissão de Justiça e alertou o país para a possibilidade de novos atentados terroristas de grupos de extrema direita. A secretária da Justiça, Janet Reno, disse que mesmo com as novas leis antiterrorismo propostas pelo governo não será possível dar garantias ao público de que incidentes como o de Oklahoma não se repetirão. O senador Bob Kerrey, do partido do governo, ampliou os ataques feitos esta semana pelo presidente Bill Clinton contra radialistas conservadores. Kerrey responsabilizou esses radialistas e políticos de extrema direita pelo clima de ódio contra o governo que, segundo ele, alimenta entidades como as milícias paramilitares com que McVeigh tinha ligações. O FBI investiga diversos assaltos a bancos ocorridos nos últimos meses na região centro-sul oriental do país. Eles podem ter financiado a explosão de Oklahoma City. McVeigh e seus associados James e Terry Nichols gastaram desde 1992 milhares de dólares em armas, munições e matéria-prima para explosivos, embora dois deles (McVeigh e Terry) não tivessem ocupação fixa. Todos os assaltos foram feitos por dois homens parecidos com McVeigh e o segundo suspeito, que deixaram explosivos nos bancos para retardadar a polícia. Os três estão presos em Estados diferentes: McVeigh em El Reno, subúrbio de Oklahoma City, Terry Nichols em Wichita, Kansas, e James Nichols em Milan, subúrbio de Detroit, Michigan. McVeigh é o único acusado pelo atentado. Os irmãos Nichols foram indiciados por conspiração para fabricar explosivos com McVeigh. O FBI acha que pelo menos mais duas pessoas estavam envolvidas na conspiração. Texto Anterior: Líbano pede morte para Samir Geagea; Reino Unido compra escritos de Churchill; Presidente paraguaio teme terror na AL; Morre espião que denunciou MI5; Japão ordena 'caça' nacional a guru ; Conflitos matam 43 do Khmer Vermelho; Sul-coreanos acusam Norte por invasão; França é condenada por expulsar alemã Próximo Texto: Mortos são mais de cem Índice |
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