São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Terrorista escreveu para uma das vítima

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O homem que há 17 anos vem mandando cartas-bombas a pessoas ligadas à tecnologia de ponta nos EUA escreveu para uma de suas vítimas.
Unabomber, como foi apelidado pela polícia federal (FBI), disse a David Gelernter: "Você foi suficientemente burro para abrir um pacote inesperado vindo de uma fonte inesperada.
David Gelernter, 40, é professor de ciências da computação na prestigiosa Universidade de Yale. Ao abrir a carta-bomba enviada a ele em junho de 1993, perdeu as duas mãos e sofreu graves ferimentos na barriga.
"Se você tivesse qualquer cérebro, se daria conta de que muitas pessoas se ressentem amargamente da maneira como tecno-babacas como você estão mexendo com o mundo, escreveu o Unabomber.
Em outra carta, dirigida ao jornal "The New York Times, o Unabomber diz ser um "anarquista que tem como objetivo "destruir o sistema industrial e que seus alvos principais são especialistas em informática e genética.
O Unabomber também fez comentários sobre um livro de Gelernter: "Você tenta justificar sua pesquisa com o argumento de que os desenvolvimentos descritos são inevitáveis. Eles só são inevitáveis porque tecno-babacas como você os tornaram inevitáveis.
Na carta ao "Times, o Unabomber se propõe a encerrar sua atividade terrorista se o jornal publicar um artigo de 300 páginas escrito por ele.
O "Times diz que pode estudar a possibilidade de publicar o artigo, com base apenas em critérios jornalísticos.
Desde 1978, o Unabomber enviou 16 cartas-bombas. Matou 3 pessoas e feriu 22. O FBI acha que ele é um homem branco, de 40 anos, que vive na região de San Francisco, Califórnia.
(CELS)

Texto Anterior: Mortos são mais de cem
Próximo Texto: Maioria quer mais investigação
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.