São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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Previdência entra em fase de conversa, diz Stephanes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Reinhold Stephanes (Previdência) disse ontem que está preparado para iniciar o período de esclarecimentos sobre as reformas que o governo pretende fazer na Previdência.
"Agora é muito entendimento, muita conversa, muito tato, muita informação a ser transmitida", disse o ministro à Folha.
A pedido do governo, o Congresso suspendeu a tramitação da reforma por 60 dias para discutir as propostas com a sociedade.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou anteontem a admissibilidade da emenda principal da reforma.
Com isso, a Câmara avalia que a emenda não fere princípios gerais da Constituição.
A emenda admitida cria o sistema geral de Previdência, prevê normas de transição do sistema atual para o novo (no qual acabaria a aposentadoria por tempo de serviço) e propõe o fim das aposentadorias especiais, exceção feita a casos definidos em lei.
Stephanes não quis considerar a aprovação da admissibilidade da emenda principal na CCJ como uma vitória do governo.
"Se houve uma vitória, tem de haver perdedores. Não gostaria de pôr essa aprovação nesses termos", afirmou o ministro.
O ministro disse que uma das dificuldades que o governo tem enfrentado é o desconhecimento, por parte da população, do conteúdo das reformas. "Falta a nós a capacidade de comunicação para chegar a todos. Isso é um problema", admitiu.
Stephanes disse que tem experiência em falar com grandes platéias e que vai usar esse poder.
"Se reúno 200 sindicatos e debato duas horas com eles, tenho 190 a favor. Isso mostra o quê?", questionou o ministro, para logo em seguida responder: "Que você consegue colocar para as pessoas exatamente o que se passa e o porquê da questão".
"Se você saisse de um debate com sindicalistas e ficasse arrasado, diria: 'tem algo de errado'. Mas se eu saio de lá aplaudido de pé, isso quer dizer que o pessoal entendeu", disse.

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