São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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FHC defende Brasil no conselho da ONU

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso reafirmou ontem a pretensão do Brasil de se tornar membro efetivo do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Essa reivindicação foi um dos temas da conversa dele com o secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, há duas semanas em Nova York.
"É preciso ampliar o espaço de participação brasileira no processo decisório internacional", disse FHC ao grupo de 23 novos diplomatas formados ontem, em cerimônia no Palácio do Itamaraty (sede do Ministério das Relações Exteriores).
Ao discursar na cerimônia, FHC reafirmou suas prioridades na área externa e destacou a necessidade de garantir as condições para combater "a volatilidade dos capitais especulativos".
Sobre o Conselho de Segurança, o presidente defendeu a ampliação do número de membros permanentes para "refletir as características do mundo pós-Guerra Fria". Ele disse que "o Brasil está pronto a assumir maiores responsabilidades nas ações do conselho".
O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 países. São membros permanentes Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China. Além do Brasil, Alemanha, Japão, Nigéria e Índia, entre outros países, reivindicam a condição de membro permanente.
FHC fez todo o discurso lembrando o tempo em que era ministro das Relações Exteriores de Itamar Franco, quando chegou a dar aulas para a turma que se formou ontem. "Sou o primeiro presidente brasileiro que teve a satisfação de ter antes exercido o cargo de chanceler", vangloriou-se FHC.
A turma de 23 diplomatas formados ontem -um é de Moçambique- foi batizada com o nome do compositor Tom Jobim, morto em dezembro do ano passado. Os novos diplomatas passam a receber R$ 690 mensais como terceiros-secretários, depois de dois anos de curso intensivo.
Durante o estudo no Instituto Rio Branco, a ajuda de custo era de R$ 510 para solteiros e R$ 570 para casados, em valores brutos.
Na cerimônia, FHC lançou um selo comemorativo dos 150 anos de nascimento do barão do Rio Branco -patrono do Itamaraty- e destruiu, com uma marretada, a matriz de uma medalha cunhada pela Casa da Moeda em homenagem ao barão. Assim, ela passou a ser limitada em 200 unidades.
FHC condecorou cerca de 150 personalidades, entre elas o cantor Gilberto Gil e a atriz Denise Stoklos.

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