São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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Empresário pede maior proteção a ministra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Associação Brasileira de Indústria Têxtil, Luiz Medeiros, pediu ontem à ministra Dorothéa Werneck (Indústria, Comércio e Turismo) o aumento do II (Imposto de Importação) sobre tecidos, fios e roupas.
Ele foi acompanhado pelo governador de São Paulo, Mário Covas, no encontro que começou às 15h e durou 45 minutos. O Estado de São Paulo concentra 65% da indústria têxtil no país.
Segundo Medeiros, a alíquota atual é de 16% para fios, 18% para tecidos e 20% para roupas. Ele disse que não levou à ministra uma proposta para as novas alíquotas, mas quer um número que "nos dê condições de sobrevivência pelos próximos 180 dias".
Medeiros disse que Dorothéa Werneck informou que o pedido seria estudado por técnicos do Ministério.
A concorrência de produtos importados, afirma Medeiros, está "acabando com a indústria nacional" e provocou a demissão de 450 mil empregados desde janeiro.
O setor têxtil tem 3 milhões de trabalhadores no país, segundo o empresário. "Há camisas coreanas importadas por US$ 1 cada. Isto é menos do que eles gastam para produzi-las", disse Medeiros.
Segundo ele, indústrias estrangeiras fazem dumping, ou seja, vendem seus produtos por um preço muito baixo, com prejuízo, para destruir a concorrência.
Quando o governo constata a existência de dumping em um produto, o mercado interno pode ser barrado a ele. A Associação Brasileira de Indústria Têxtil entrou com um processo de dumping em outubro de 93, mas o governo não lhes deu razão no caso.
As exportações do setor em 94 foram de US$ 1,3 bilhão e as importações de US$ 2,5 bilhões. Os números históricos dos anos anteriores, segundo ele, eram de US$ 1,5 bilhão para exportações e US$ 1,3 bilhão para importações.

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