São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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Comerciantes de São Paulo ainda aceitam pré-datados

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

Vários estabelecimentos comerciais de São Paulo pretendem continuar aceitando os cheques pré-datados. De um total de dez comerciantes ouvidos pela Folha, oito afirmaram que continuarão aceitando esta forma de pagamento.
Wilson Neves, 33, supervisor geral da loja Canal 27 da rua Barão de Itapetininga (região central), afirma que não pretende deixar de receber os cheques."As vendas teriam uma queda de 40% a 50% se não aceitássemos os cheques".
Até às 14h30 de ontem, Neves já tinha recebido mais de dez pagamentos através dos cheques pré-datados.
Já na farmácia Tele Farma, na avenida Ipiranga, os cheques pré-datados só foram aceitos até ontem. "Vamos ter que suspender, os bancos não querem mais pagar", afirma o funcionário Antônio Kawada, 50.
Antes do anúncio das novas medidas, a Tele Farma aceitava cheques para até 30 dias.
A advogada Rita de Cássia do Sena, 25, costuma comprar com cheques pré-datados e afirma que gostaria de continuar utilizando o sistema. "Mas eu concordo com as medidas do governo. O consumismo precisa ser controlado".
Já para a auxiliar de escritório Ana Paula Loiola, 19, as medidas prejudicam muito o consumidor com salário baixo. "Tenho muitas despesas com medicamentos que só posso pagar com pré-datados", diz ela.

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