São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Governo teve duas vitórias no Congresso

Pressão política fez FHC deter enxugamento da CEF

JOSIAS DE SOUZA
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Fernando Henrique Cardoso teve uma uma boa semana. Seu governo abandonou a letargia, partiu para o ataque e obteve duas vitórias no Congresso.
Foram vitórias pequenas. Mas importantes para um time que vinha perdendo de goleada.
Aprovou-se, primeiro, ainda em nível de comissão, a emenda que abre o mercado de gás canalizado para empresas privadas. Nesta semana, vai ao plenário da Câmara.
Reunidos na Comissão de Constituição e Justiça, os deputados decidiram que a emenda que reforma a Previdência não fere a Constituição e sua tramitação foi admitida.
Neste caso, a vitória foi apenas parcial. Os deputados destacaram, para votar em separado, 32 pontos da emenda. A comissão volta a se reunir na próxima terça-feira.
O êxito de Fernando Henrique custou caro à Caixa Econômica Federal. Para evitar que os parlamentares governistas se rebelassem, o presidente deu uma meia-trava no projeto de enxugamento administrativo da entidade.
A Caixa pretendia acabar com 31 cargos. São superintendências estaduais, disputadas com afinco pelos políticos. Por ordem de FHC, os postos foram mantidos.
O presidente voltou mudado da viagem aos Estados Unidos. Mostrou-se mais ativo. Telefonou para deputados, cabalou votos, falou na TV e no rádio. Pediu à sociedade que pressione o Congresso pelas reformas e que evite consumir.
Na área econômica, produziu-se uma promessa e um novo pacote. O governo jurou que privatizar todo o setor elétrico. E baixou um novo conjunto de medidas para conter o consumo. Ficou mais difícil usar os pré-datados e mais caro lançar mão do limite do cheque especial.

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