São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995
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Reforma do governo enfrenta o primeiro teste em plenário

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Setenta e cinco dias depois de enviar ao Congresso Nacional cinco emendas modificando a Ordem Econômica da Constituição de 1988, o governo enfrenta nesta semana o primeiro teste no plenário da Câmara dos Deputados.
A emenda que flexibiliza o monopólio dos Estados sobre a distribuição de gás canalizado começa a ser discutida hoje no plenário da Câmara. A emenda deve ser votada amanhã ou depois de amanhã.
Hoje, segundo a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, o presidente passa o dia ``cuidando da reforma".
Fernando Henrique Cardoso vai se reunir com os líderes governistas e -provavelmente em separado- com os líderes do PMDB, partido que está insatisfeito com sua participação no Executivo.
O líder do governo no Congresso, deputado federal Germano Rigotto (PMDB-RS), calcula que a Câmara votará as cinco emendas da Ordem Econômica até o final de junho.
Ele prevê, porém, que o governo enfrentará ``problemas nas discussões das emendas que flexibilizam os monopólios do petróleo e das telecomunicações".
Segundo Rigotto, petróleo e telecomunicações são os setores econômicos que os parlamentares de esquerda e até mesmo os congressistas de centro classificam como ``estratégicos".
``Mas eu não tenho dúvida que a tendência majoritária do Congresso é a favor da flexibilização. Nós apenas teremos de trabalhar mais, negociar para que as emendas cheguem ao plenário com apoio de grande maioria", declarou Rigotto.
O líder do governo no Congresso estima para junho o fim das votações na Câmara, com base no quórum elevado registrado nas últimas sessões.
``A Câmara tem reunido cerca de 450 deputados e, em algumas sessões, até 480", disse Rigotto. Isso, na sua opinião, dificulta as tentativas da oposição, de obstruir as votações da reforma.
Rigotto confirmou ontem que o governo vai negociar, nos próximos 60 dias, as propostas da reforma da Previdência Social. Segundo ele, ``haverá, com certeza, algum sistema de transitoriedade" entre as regras atuais e as que forem aprovadas.
Diante da resistência em aprovar mudanças, alguns parlamentares estão propondo que a reforma da Previdência só valha para quem entrar no mercado de trabalho a partir da aprovação das novas regras.
O líder do governo no Congresso considera essa proposta de transição muito ``complicada": ``A Previdência não pode esperar tanto tempo".

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