São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995
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EUA querem embargo geral ao Irã

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A proposta norte-americana de boicote comercial contra o Irã será um teste da capacidade de liderança dos EUA, segundo admitiu ontem em Washington o secretário de Estado, Warren Christopher.
Ele disse que os EUA vão pressionar Rússia, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá para que todos revejam suas respectivas relações comerciais com o Irã.
O presidente Bill Clinton anunciou no domingo que assinará está semana decreto-lei para proibir todos os negócios entre EUA e Irã. O decreto entrará em vigor 30 dias após sua assinatura.
Os EUA importam mais de US$ 4 bilhões por ano do Irã, quase tudo em petróleo, e exportam cerca de US$ 330 milhões em produtos industrializados.
A maioria do especialistas em comércio internacional acha que, sem a adesão de outros países, em especial os do Grupo dos Sete (os mais ricos do mundo), o boicote pouco afetará a economia iraniana.
Embora os EUA comprem cerca de 20% da produção de petróleo do Irã, não devem faltar candidatos para esse produto.
Concorrentes europeus e asiáticos podem prover o Irã com produtos que ele importa dos EUA e, quando isso não for possível, uma operação intermediada por outro comprador resolverá o problema.
Embora a Casa Branca tenha afirmado ontem que alguns países do Grupo dos Sete lhe manifestaram intenção de rever suas relações com o Irã, nenhum apoio concreto foi dado aos EUA.
Christopher disse que os EUA não têm ainda planos de usar pressão econômica sobre outros países para que eles adiram ao boicote. ``No momento, estamos usando nossos mais fortes argumentos para persuadi-los."
Atenção especial está sendo dada à venda de material nuclear pela Rússia ao Irã. Christopher acusou o Irã de ter montado ``uma estrutura organizada dedicada a adquirir e desenvolver armas atômicas".
Clinton vai se reunir com o presidente russo, Boris Ieltsin, na semana que vem e a venda de material nuclear ao Irã está no alto de sua agenda.
Clinton também vai se reunir com os seis chefes de governo dos outros países do Grupo dos Sete. Segundo Christopher, o presidente levantará o assunto na reunião.

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