São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995 |
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FHC volta a acenar com projeto São Francisco
SILVANA DE FREITAS
Esse projeto da Secretaria de Políticas Regionais, ocupada pelo PMDB, é uma reivindicação dos peemedebistas do Nordeste. Ao sinalizar com a sua execução, FHC retribui a votação do partido favorável às emendas constitucionais. Por pressão do PMDB, FHC também liberou R$ 45,7 milhões ao Ministério dos Transportes, ocupado pelo peemedebista Odacir Klein, para a recuperação emergencial de rodovias (89 trechos). O ``Diário Oficial" publicou ontem a liberação do crédito. Fernando Henrique teve dois encontros anteontem à noite com membros do PMDB. Depois do jantar oferecido pelo senador Ney Suassuna (PB), ele se reuniu, no apartamento do líder do partido na Câmara, Michel Temer (SP), com o presidente da legenda, deputado Luiz Henrique (SC), vice-líderes, presidentes de comissões e o ministro Odacir Klein. Luiz Henrique defendeu maior espaço do partido no governo. ``Houve desencontros, mas o presidente está consciente de que deve melhorar a relação com o partido. Não se trata de débito ou crédito, mas de reconhecer que o PMDB tem um papel relevante para a manutenção da estabilidade". Durante o jantar, FHC disse aos parlamentares presentes -a maioria da bancada da Paraíba- ser importante acabar com as divergências sobre o projeto, informou Jáder Barbalho. O ex-presidente Itamar Franco não iniciou a transposição do São Francisco para quatro Estados do Nordeste porque sofreu críticas. Segundo Barbalho, FHC destacou a importância de investimentos em projetos de irrigação, crédito agrícola e saneamento financeiro dos bancos oficiais para o desenvolvimento do Nordeste. Ontem de manhã, FHC disse ter ``amigos em todos os partidos", ao comentar a vitória do governo na aprovação da emenda que quebra o monopólio estatal da distribuição do gás canalizado e os encontros com os peemedebistas. Entenda o projeto O projeto de transposição do rio São Francisco prevê o bombeamento de águas do rio para quatro Estados: Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, abastecendo 220 cidades. Seu custo é estimado em US$ 2,1 bilhões. Um dos maiores opositores da idéia é o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). ``Esse projeto é um escândalo. Vai ser o primeiro pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que assinarei ao chegar ao Senado", disse. Texto Anterior: Legislativo prepara modernização política Próximo Texto: Jatene pressiona Congresso para que aprove o "IPMF da saúde" Índice |
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