São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Restrições às importações em Manaus poupam R$ 2,4 bi

CARI RODRIGUES; LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo estima que a restrição às importações para as indústrias instaladas na ZFM (Zona Franca de Manaus) e para as lojas das ALCs (Áreas de Livre Comércio) da região Norte do país vai reduzir as importações em US$ 2,465 bilhões durante este ano.
Conforme a Folha apurou, as estimativas dos técnicos do Ministério da Fazenda apontavam que, em 95, as importações pela ZFM e pelas ALCs deveriam chegar a US$ 4,5 bilhões, contra em 94 fecharam em US$ 2,8 bilhões.
Em 1995, conforme o decreto presidencial que estabeleceu as cotas na última terça-feira, o novo limite será de US$ 2,035 bilhões para importações na ZFM e nas ALCs, através de um sistema de cotas de importação para as indústrias de Manaus.
A decisão do governo teve o objetivo de reduzir as importações e, com isto, evitar déficits na balança comercial (quando as importações superam as exportações).
Recuo
Ontem, o governo recuou devido às pressões do governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PPR), e retirou das cotas de importação os insumos de informática e as compras do governo feitas através da ZFM.
Com o aumento das alíquotas do II (Imposto de Importação) dos automóveis e eletroeletrônicos, que subiram em março para 70%, houve uma corrida do comércio de todo o país para a ZFM, onde estes produtos são isentos deste imposto.
A decisão do governo provocou uma reação do governo do Amazonas. Ontem, o governador Amazonino Mendes se reuniu com os ministros Pedro Malan (Fazenda) e José Serra (Fazenda) para encontrar alternativas que amenizassem o impacto do estabelecimento de cotas de importação.
Amazonino Mendes conseguiu a aprovação de três modificações: os insumos para o setor de informática (peças, equipamentos, etc) não serão incluídos na cota anual de importação e nem as compras do governo federal feitas através da ZFM, que são basicamente trigo e petróleo.
O governador não soube informar de quanto será o prejuízo da ZFM e das ALCs com as cotas.
Amazonino Mendes também informou que o que já foi importado de janeiro a maio deste ano não entrará na cota estipulada pelo governo para 1995, proporcionando maior volume de compras.
(Cari Rodrigues e Liliana Lavoratti).

Texto Anterior: Começa a reforma do Estado
Próximo Texto: Empresa japonesa vai reduzir faturamento
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.