São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995
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Reduto sérvio se rende a tropas croatas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O último reduto de resistência sérvia na região da Eslavônia Ocidental, a cidade de Pakrac, se rendeu ontem a tropas da Croácia.
A região, em território croata, era antes dominada por separatistas da República Sérvia da Krajina, autoproclamada em 1991 depois da independência croata da antiga Iugoslávia e de seis meses de guerra entre sérvios e croatas.
Com domínio sobre quase um terço da Croácia, a Krajina não foi reconhecida internacionalmente.
Na última segunda-feira, a Croácia atacou a região da Eslavônia Ocidental para abrir estradas dominadas pelos sérvios, que isolavam o leste do país.
A ofensiva provocou reação sérvia, com bombardeios a Zagreb, a capital croata. Seis pessoas morreram cerca de 200 ficaram feridas.
Ontem, cerca de 200 combatentes sérvios ainda resistiam aos croatas em Pakrac, cerca de 100 km a leste de Zagreb.
Segundo croatas, eles dispararam cargas de artilharia sobre a cidade, violando o cessar-fogo intermediado pela ONU. Os croatas responderam com morteiros, forçando os sérvios a deporem armas.
A conquista croata foi a maior desde 1991 e reduz o território da Krajina a 20% do total da Croácia.
Segundo representantes da ONU, a força militar croata, com 7.200 homens, saqueou cidades e matou mais de 300 civis.
O presidente croata, Franjo Tudjman, prometeu cidadania aos sérvios que permanecessem, exceto aos criminosos de guerra. Mas houve fuga em massa rumo à região da Bósnia controlada pelos sérvios (vizinha à Krajina).
O líder dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, se encontrou com líderes da Krajina em 0Knin (proclamada capital) para coordenar uma resposta ao ataque.
Karadzic e o líder da Krajina, o ultranacionalista Milan Martic, fizeram promessas de reconquistar o território perdido, a não ser que a ONU o devolvesse aos sérvios.
Diplomatas afirmaram que extremistas ligados a Martic foram os responsáveis pelos bombardeios contra a capital croata.
Segundo o enviado especial da ONU, Yasushi Akashi, o premiê da Krajina, Borislav Mikelic, garantiu que honraria o cessar-fogo se os croatas não atacassem.
A ONU disse que o bombardeio croata contra civis constitui uma "grave ruptura" da lei humanitária internacional.

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