São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995
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Presidente garante que Klein fica no cargo

CLÓVIS ROSSI; ROGÉRIO SIMÕES
DO ENVIADO ESPECIAL A LONDRES E DE LONDRES

O presidente Fernando Henrique Cardoso garantiu ontem que o ministro dos Transportes, Odacir Klein, permanecerá no cargo.
``É um excelente ministro, tem meu apoio e fica no cargo", respondeu o presidente a uma pergunta da Folha sobre o incidente envolvendo Klein e o senador Antônio Carlos Magalhães (BA), um dos principais caciques do PFL.
O incidente acabou sendo o prato do dia no desembarque de FHC em Londres, dado que a sinopse da Radiobrás, contendo as principais notícias do dia, já havia circulado entre os jornalistas.
Por ela, ficou-se sabendo que Klein, irritado por ter sido supostamente vetado pelo PFL para a função de articulador político do governo, atacara o filho de ACM, Luís Eduardo Magalhães, também do PFL e presidente da Câmara.
Chamou-o de ``boneca" ou de ``babaca", segundo as diferentes versões contidas na sinopse.
Em troca, Antônio Carlos tratou Klein de ``incompetente" e de ``Barbie do Mercosul", alusão a uma boneca famosa e ao Mercado Comum do Sul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).
Fernando Henrique Cardoso evitou comentar o incidente, qualificando-o de ``fofoca".
A origem do incidente está no fato de que Klein garante ter sido sondado para o posto de articulador político, versão que não é confirmada pelo Palácio do Planalto.
Teria havido apenas uma proposta nesse sentido, endossada pelo presidente nacional do PMDB, Luiz Henrique da Silveira (SC), e pelo governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto (PMDB).
Agora, ``essa história de articulador está definitivamente sepultada", diz Ana Tavares, assessora de imprensa do presidente, que integra a comitiva em Londres.
Ana confirma a informação de FHC, de que Klein permanece no cargo. Diz que todas as vezes que leva ao presidente versões de que haverá mudanças no ministério, ele manda responder que todos ficam exatamente onde estão.
Foi essa a resposta dada também no caso Klein. Ana Tavares acertou em dois momentos anteriores em que a Folha a consultou.
A primeira foi em meados de março, quando de rumores de que Pérsio Arida e Gustavo Franco deixariam o Banco Central, no auge da crise causada pela novas bandas cambiais.
Depois, a respeito das divergências entre Pedro Malan (Fazenda) e José Serra (Planejamento).
(Clóvis Rossi e Rogério Simões)

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