São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995 |
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Cartão de doador acelera transplante
AURELIANO BIANCARELLI
Em muitos casos, a doação não se concretiza por causa da demora dos médicos ou da desinformação dos familiares. A rapidez é fundamental, diz Inácio Fiorelli, da Central de Transplantes. Um cartão de doador -chamado de Vale Vida- pode apressar o processo. Há cinco anos, a Central de Transplantes vem oferecendo as carteirinhas pelo telefone (011) 1520. Entre os entrevistados do Datafolha, 10% disseram que era preciso ter um cartão, 8% falaram em um documento autorizando a doação e 5% afirmaram que a família precisa estar informada. Segundo Fiorelli, o ideal é que o doador porte um cartão e avise a família de sua intenção. Se o paciente estiver portando o cartão quando ocorrer a morte cerebral, significa que a doação poderá ser feita. Ainda assim, a equipe consulta a família. ``Para os parentes, é um conforto saber que o paciente tinha a intenção de doar seus órgãos. É um gesto que salvará outras vidas." A Central de Transplantes funciona 24 horas por dia. Uma equipe telefona diariamente para todos os hospitais da Grande São Paulo perguntando por pacientes com morte cerebral. Quando o paciente é localizado, uma equipe vai ao hospital e um segundo grupo aciona os centros de transplantes que prepararão os pacientes receptores. A Central de Transplantes funciona nos moldes da Central de Procura de Órgãos do Hospital São Paulo. O serviço, dirigido pelo professor José Osmar Medina, da Universidade Federal de São Paulo, é um dos pioneiros na busca de órgãos. Outros grandes hospitais ainda mantêm suas centrais caça-órgãos. Segundo Fiorelli, todas trabalham em cooperação e sob a coordenação da Central de Transplantes. Uma portaria do Ministério da Saúde obrigará todos os Estados a implantarem centrais de procura de órgãos. (AB) Texto Anterior: 75% dos paulistanos doariam órgão para transplante Próximo Texto: Pacientes mudam para SP e ficam esperando doação Índice |
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