São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995 |
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Krajcberg denuncia queimadas em exposições
MÔNICA SANTANNA
``A Revolta" é o nome da mostra e tem como tema as queimadas (forma de preparo do terreno para plantio em que se queima a vegetação). As peças da exposição foram feitas com galhos retorcidos, troncos de árvores queimados que chegam a 4,5 metros de altura e cascos de tartaruga. São quase 200 obras, incluindo fotos feitas pelo próprio Krajcberg, que foram ampliadas para denunciar a devastação das matas brasileiras. Massacre ``Queimam agora muito mais do que antes. Impressionou-me o massacre que vi no ano passado no Acre. Fiquei até doente", disse Krajcberg. Segundo ele, no Acre as queimadas são feitas por migrantes da região Sul e por integrantes de seitas religiosas que ``queimam as áreas para transformá-las em fazendas". Kracjberg não gosta que o chamem de artista. Segundo ele, sua mostra não tem nada de arte. É um ato político. ``Tudo que faço é político", disse. ``Luto com meu trabalho para mostrar a minha revolta", afirmou Kracjberg, que mora no município de Nova Viçosa, no sul da Bahia. O artista vive no Brasil há 43 anos. ``Minha mata está morrendo", disse. Kracjberg disse que trabalha com a ``vida destruída para dar outra vida". Caminhões A mostra ``A Revolta" foi trazida a Curitiba por quatro caminhões, sob patrocínio da Fundação Cultural de Curitiba. Kracjberg expôs pela última vez no Rio de Janeiro, durante a realização da Eco-92. As maiores obras do escultor estão no Jardim Botânico. São os troncos de árvores carbonizados pelas queimadas que foram transformados em esculturas. Paralelos à exposição, serão realizados o ``Ciclo do Cinema" (até o dia 21 de maio), um concerto com Egberto Gismonti e a Orquestra de Câmara de Curitiba (hoje e amanhã) e um seminário sobre meio ambiente (amanhã). Texto Anterior: Edmund Wilson tem biografia aos cem anos Próximo Texto: Bomba! Noite de gala no Prêmio Echarpe! Índice |
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