São Paulo, domingo, 7 de maio de 1995
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Hérnias no abdômen têm novos tipos de correção

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

A correção de um dos problemas cirúrgicos mais comuns -as hérnias abdominais- está ganhando aliados como a laparoscopia (cirurgia que dispensa o corte) e pequenas operações ambulatoriais.
As hérnias são saliências que aparecem embaixo da pele (em geral, após esforço físico) e que ```abrigam" vísceras como estômago e alças intestinais.
As vísceras, normalmente, são mantidas dentro da cavidade abdominal pela ação de uma espécie de capa de contenção composta por tecidos fibrosos e músculos.
Algumas pessoas têm uma ``capa" com pontos de fragilidade. Esses locais agem como áreas de saída para as vísceras quando aumenta a pressão no abdômen.
Arthur Garrido Júnior, do Departamento de Cirurgia do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas da USP, diz que 3% da população têm algum tipo de hérnia durante a vida. A maior parte se localiza na região inguinal.
Os ``pontos fracos" podem ser gerados por falhas na formação da parede abdominal durante o desenvolvimento do feto. Pode haver também um ``afrouxamento" progressivo dos tecidos de contenção. Idade e excesso de peso podem ser determinantes. Garrido Júnior diz que o mais comum é que as hérnias sejam produzidas pela associação entre os dois fatores.
A cirurgia tradicional para correção é feita com anestesia do tipo Rac ou peridural (a medicação anestésica é injetada sobre a coluna vertebral). A pessoa permanece acordada durante a operação.
Uma incisão na pele (de cerca de 10 cm) permite o acesso à hérnia, que é ``empurrada" para dentro da cavidade. Em seguida, várias camadas de pontos são feitas para fortalecer as estruturas de contenção. Em dois ou três dias, o paciente deixa o hospital.
Uma das novidades é que hérnias de pequeno tamanho começam a ser operadas em ambulatório. A anestesia é local e a pessoa volta para casa no mesmo dia.
O custo dessa cirurgia é mais baixo e os transtornos da internação são evitados. Os limites desse procedimento são o tamanho da hérnia e as condições do doente.
A laparoscopia -método cirúrgico que dispensa uma incisão (corte)- também começa a ser empregada para a correção de alguns tipos de hérnia. Através de pequenos orifícios, o médico introduz um sistema ótico e instrumentos especiais no abdome. Ele visualiza o local de saída da hérnia e pode corrigir a alteração.
A grande vantagem desse método é a diminuição das complicações e a recuperação mais rápida.
Os maiores problemas são a necessidade de anestesia geral e os limites da técnica nos casos de hérnias muito grandes.

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