São Paulo, domingo, 7 de maio de 1995 |
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Magia foi base da medicina
JOÃO BATISTA NATALI
Pedra de porco-espinho, por exemplo, era usada contra vômito ou fraqueza de estômago. Dentes de jacaré combatiam com eficiência males designados como ``do ar" (miasmas e derivados). Na mesma época, diz o historiador Keith Thomas, em ``Religião e Declínio da Magia" (1971), cães hidrófobos eram obrigados, na Inglaterra, a engolirem papel em que estavam escritas fórmulas em latim capaz de curá-los. A francesa Simone Clapier Valladon faz levantamento semelhante em ``Les Modes Medicales", artigo no primeiro tomo de ``L'Histoire des Moeurs" (1990). Ela descreve o quanto foram populares, por cinco séculos da Europa medieval, fórmulas de teriagas (fórmulas de compostos) que exigiam de 40 a 60 ingredientes. Nelas entravam em Veneza e em Bolonha pílulas de víboras e fígados de castor. Os ingredientes de animais, já usados na Antiguidade, foram sobretudo populares na Europa do século 12. Quanto mais raros, maiores seus efeitos. Texto Anterior: O zoológico médico brasileiro Próximo Texto: Todos os detalhes levam a Roma Índice |
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