São Paulo, segunda-feira, 8 de maio de 1995
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Renegociação de empréstimo é avaliada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Folha apurou que a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) já trabalha com a hipótese de o governo ter que renegociar o empréstimo junto ao Eximbank caso o projeto seja alterado em consequências das denúncias relacionadas ao Sivam.
Se houver a necessidade da renegociação, o órgão calcula que o Sivam irá custar mais US$ 140 milhões (10% do total).
O acréscimo aconteceria em razão do aumento das taxas de juros internacionais.
Apesar de o dinheiro do empréstimo já estar liberado, o governo só poderá utilizá-lo após fechar o contrato de implantação do projeto.
A assinatura do contrato devia ter ocorrido há um mês e meio. Ela acabou sendo suspendida devido a denúncias contra uma empresa que participa do projeto.
Fiscais da Previdência encontraram, em dezembro, cem guias fraudadas em um escritório da Esca -empresa escolhida para gerenciar o Sivam.
A fraude foi confirmada pela Previdência, que, no entanto, não apontou os autores.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse estranhar o fato de o governo ter que pagar a ``commitment fee" já que o Senado condicionou a contratação do empréstimo ao fechamento do contrato com a Esca e a Raytheon, empresa que irá fornecer os equipamentos do sistema.
``É um absurdo, o dinheiro da ``commitment fee" daria para pagar quase 30 mil salários mínimos", disse.
O Senado aprovou na terça-feira um requerimento de Suplicy para que o TCU (Tribunal de Contas da União) fiscalize pagamentos referentes ao Sivam.
Na semana passada, os deputados federais Fernando Gabeira (PV-RJ) e Luciano Pizzato (PFL-PR) estiveram na sede da Esca, em São Paulo, para uma inspeção nos cheques que a empresa disse ter emitido para pagar seus débitos previdenciários.
Segundo Gabeira, os documentos apresentados pela Esca ``não provam nada". A empresa, por sua vez, reafirma que os cheques foram usados para pagar o INSS.
(Instituto Nacional do Seguro Social).

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