São Paulo, terça-feira, 9 de maio de 1995
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FHC faz promessas na CNN

FERNANDO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Henrique Cardoso fez ontem promessas para o público externo em entrevista transmitida pela rede de TV norte-americana CNN, especializada em notícias.
São as seguintes as promessas do presidente do Brasil:
1) O Congresso vai aprovar as emendas constitucionais da ordem econômica ``até setembro";
2) As 17 empresas estatais do plano de privatização serão vendidas ``imediatamente";
3) A inflação não vai subir mais porque o governo aumentou a taxa de juros;
4) O real não será desvalorizado agora porque o país já teria melhorado sua balança comercial -embora tenha ressaltado que ``não há impedimento legal" para uma desvalorização da moeda;
5) O governo só enviará mesmo no segundo semestre sua proposta de reforma fiscal ao Congresso.
5m20s
A entrevista de FHC durou 5 minutos e 20 segundos. Esse tempo é acima da média do que a CNN dedica para notícia desse tipo em sua programação.
Como de costume, a CNN reprisou a entrevista ao longo do dia. As falas do presidente brasileiro foram editadas, uma praxe na tevê.
Depois de ter sido anunciada a entrevista, FHC apareceu na tela já respondendo a uma pergunta à qual os telespectadores não tiveram acesso. O assunto, inflação.
``Tenho que continuar a lutar contra a inflação. Isso é um processo, não uma decisão única", foi a primeira frase de FHC.
Em tom professoral, falando em inglês, o presidente repetiu ao longo da entrevista três vezes a frase ``isso é muito importante" (``this is very important").
A inflação teria subido em abril, segundo FHC, porque ``as pessoas têm mais dinheiro no bolso". Mas isso estaria sendo corrigido com a decisão do governo de aumentar as taxas de juros e desencorajar empréstimos.
As perguntas da CNN foram fáceis para FHC. Essa rede de TV é conhecida nos EUA por ser ágil na hora de obter a notícia, mas pouco sofisticada na sua interpretação.
Sempre genéricas, as perguntas abordaram assuntos do dia-a-dia do presidente brasileiro. O repórter perguntava, FHC respondia e nada era contestado.
O inglês de FHC foi correto na maior parte do tempo. Mas, mesmo sem usar palavras difíceis, o presidente gaguejou diversas vezes. E cometeu alguns erros menores, que não prejudicaram a inteligibilidade do que disse.

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