São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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Pazzianotto faz críticas a Itamar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Almir Pazzianotto, juiz do TST (Tribunal Superior do Trabalho), acusou ontem o ex-presidente Itamar Franco de ter praticado ``dois atos inconsequentes" ao firmar acordos com os petroleiros no ano passado.
``Não houve acordo. Houve duas fantasias, que induziram os trabalhadores a graves erros", disse Pazzianotto. Ele se referia ao fato de a atual greve ser consequência daqueles acordos.
Conforme ele, ``a Petrobrás não pode ser comprometida por um presidente da República que, em fim de mandato, resolveu tripudiar, ignorar a decisão da Justiça do Trabalho".
Para Pazzianotto, o governo passou por cima da sentença de dissídio coletivo dada pelo TST em outubro do ano passado.
``O presidente da República não pode assinar acordo coletivo de trabalho em nome da Petrobrás. Menos ainda um ministro de Estado", afirmou o juiz do TST.
A greve iniciada há oito dias pelos petroleiros foi a retomada de um movimento iniciado em 1994, durante a data-base da categoria.
Para acabar com uma paralisação que durava dez dias, Itamar Franco firmou um acordo em outubro de 1994, em Juiz de Fora (MG), comprometendo-se a reabrir uma discussão que já havia sido encerrada por sentença do TST.
O governo, então, fez um novo acordo -que não foi posto em prática- em 10 de novembro, concedendo aos petroleiros vantagens que tinham sido negadas pelo TST, como reposição da inflação expurgada pelo Plano Bresser (julho/87) dos salários.
Procurado ontem pela Agência Folha em Juiz de Fora, o ex-presidente Itamar não foi encontrado.

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