São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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Greves de metroviários e ferroviários param SP

DA REPORTAGEM LOCAL

As greves de metroviários e ferroviários deflagradas ontem em São Paulo deixaram o trânsito da cidade caótico. A adesão foi quase total. A greve dos metroviários é por tempo indeterminado. Os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) pararam por 24 horas. Cerca de 3,5 milhões de passageiros foram prejudicados.
Os metroviários -9.000 trabalhadores- reivindicam 70,43% de reajuste, 15% de aumento real e correção mensal de salários.
Ontem, o Metrô apresentou uma contraproposta de reajuste de 29,55% (IPC-r), mais 3% de aumento real, correção do valor do vale-refeição e implantação de um plano de carreira para o setor de manutenção. Os metroviários recusaram. O piso da categoria é de R$ 283,00 por 40 horas semanais.
Também não houve acordo entre grevistas e a Companhia do Metrô para que fosse implantado um esquema de emergência, que garantiria o funcionamento de alguns trens.
Ontem, o presidente do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), Rubens Aidar, disse que as pessoas que se sentirem prejudicadas com a greve devem acionar judicialmente o sindicato dos metroviários.
Os ferroviários -3.000- querem reposição salarial de 78% e equiparação com os metroviários. O salário base é de R$ 238,05 por 44 horas semanais. A empresa oferece 29,55% de reajuste e, dependendo da faixa salarial, aumento real de 3,29% e 5,81%.
A categoria tem assembléia marcada para hoje, às 17h30, em frente à estação da Luz. Os ferroviários ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado.

Trânsito
As principais vias de acesso ao centro da cidade ficaram congestionadas ontem pela manhã. O horário de pico (maior movimento), que vai das 7h às 9h, se estendeu por mais duas horas, até as 11h (veja quadro ao lado).
Às 18h30, a média de extensão de congestionamento atingia 92,4 km, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Donos de peruas e até mesmo de carros particulares comuns aproveitaram a greve para fazer lotações.
A Associação Comercial de São Paulo calculava que, além dos prejuízos com os atrasos e faltas de funcionários, o comércio sofreria com a retração dos consumidores. ``Ninguém vai sair para fazer compras sabendo que há problemas com os transportes", afirmou Marcel Solimeo, 58, economista da associação.
O presidente do sindicato dos metroviários, Wagner Gomes, 37, passou a madrugada de ontem acordado preparando a greve. Gomes, que ocupa a presidência do sindicato desde 1989, já comandou quatro greves.

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