São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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Fator político ajuda, diz Reed

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Está disponível nos meios financeiros internacionais, para novos investimentos, uma formidável poupança de US$ 35 trilhões, 66 vezes o valor de tudo que economia brasileira produziu em 94.
Ainda assim, esse dinheiro é pouco diante das necessidades dos países desenvolvidos e dos que estão em crescimento. Ou seja, haverá uma disputa internacional por capitais, diz o presidente mundial do Citibank, John Reed.
O tema esteve em debate nos dois últimos dias, no seminário em que o Citi comemora seus 80 anos de atividade no Brasil. Para Reed, o Brasil é um bom candidato a captar a poupança internacional.
E um dos principais fatores para isso está na ``transparência do processo político", disse ele. ``Os eleitores brasileiros disseram consistentemente que querem estabilidade e abertura", comentou Reed.
Esse fator é uma vantagem em relação a outros países que precisam de investimentos externos. Na China, por exemplo, ``ninguém sabe como as coisas se passarão", disse Reed.
Essa vantagem, porém, não dispensa boas condições econômicas. E uma dessas condições, segundo o presidente do Citi, será um forte programa de privatizações.
Para manter um ritmo de crescimento anual de 5%, o Brasil precisará investir US$ 130 bilhões todos os anos. Isso equivale a 25% da produção nacional anual.
A poupança interna dos brasileiros não chega a US$ 100 bilhões. A cada ano, portanto, serão necessários pelo menos US$ 30 bilhões de capitais externos. Para Reed, mesmo após a crise mexicana o Brasil tem condições de atrair capitais.

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