São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BC modifica regras para aplicações

ALBERTO FERNANDES

ALBERTO FERNANDES; FIDEO MIYA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

FIDEO MIYA
O governo afrouxou as novas regras para os bancos, conhecidas como Acordo da Basiléia. Em tese, os bancos poderão aplicar mais dinheiro, inclusive nos empréstimos ao consumidor.
A mudança aconteceu em função de uma alteração na forma de contabilizar suas aplicações (empréstimos, principalmente).
A contagem das aplicações prefixadas (onde se conhece com antecedência os juros) passou a ser feita da mesma forma que as pós-fixadas (onde os juros são conhecidos posteriormente).
Uma das normas do acordo assinado em Basiléia, na Suíça, prevê um teto para o total de recursos que os bancos podem emprestar.
O limite é definido em função do capital próprio do banco e da ponderação dos ativos (empréstimos e aplicações pré e pós-fixadas) classificados pelo risco.
Com a circular 2.568, divulgada pelo BC (Banco Central) na semana passada, a renda (juros) dos empréstimos prefixados dos bancos passou a ser contabilizada mês a mês, até o vencimento.
Antes, os juros eram contados de uma só vez no início das operações, o que elevava artificialmente o valor dos empréstimos.
Um banco que tinha, por exemplo, um teto para aplicação de R$ 300 investiu R$ 200 em renda fixa para receber R$ 100 de juros.
Pela regra anterior, ao fazer a aplicação a instituição já atingiria seu limite, pois os R$ 100 -calculados previamente- seriam contados no início da aplicação.
Com a mudança, passam a contar como aplicados apenas os R$ 200. Os juros de R$ 100 serão contados apenas futuramente, e o banco fica livre para aplicar como quiser mais este valor.
O diretor do BC Cláudio Mauch disse à Folha que novas emissões de ``commercial paper" (títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos de investidores) estão descartadas enquanto a resolução 2.156 do Conselho Monetário Nacional não for revogada.

Texto Anterior: Oposição, esquerda e reforma
Próximo Texto: Casal pode dividir a dedução de dependentes
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.