São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995
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Caos, inferno

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Se a idéia era desestabilizar, era trazer insegurança ao país, a CUT conseguiu.
Ontem na TV o que mais se ouviu foi ``caos":
- A paralisação do metrô provoca mais um dia de caos, no TJ Brasil.
- A greve transforma o dia em São Paulo num caos, no Jornal da Record.
- O trânsito foi caótico e o congestionamento passou dos 100 km, no SP Já.
As alternativas ao ``caos" também foram tentadas:
- Greve no metrô: inferno na volta para casa, no Aqui Agora, do SBT.
- Greve provoca o maior congestionamento da história de São Paulo, no Brasil Já, o telejornal da CNT.
- E milhões de brasileiros enfrentam um dia de agonia com greves de trem e de metrô, no Jornal Nacional.
Foram ``brasileiros", como sublinhou a Globo, e não só paulistanos. E foram servidores públicos de todo tipo, e não só metroviários. Exemplos:
- Greve na rede ferroviária ganha adesões em São Paulo e Mato Grosso do Sul. Grevistas querem garantia de que a rede não será privatizada.
- No Rio, 430 mil deixam de ser transportados. Em Belo Horizonte, 60 mil.
- As greves na Cetesb e na Sabesp suspendem o controle da poluição e já ameaçam o abastecimento de água.
No TJ, uma recapitulação foi realizada com as informações da própria CUT:
- Petroleiros, eletricitários, ferroviários, mais o pessoal das telecomunicações, da saúde, das universidades. São 300 mil funcionários federais em greve, segundo a CUT.
Na União ou nos Estados ou nos municípios -são todos servidores públicos em greve, a base da central petista.
Todos contra as reformas de Fernando Henrique.
Foi o que se viu nos adesivos e faixas dos petroleiros, ontem na televisão, dizendo ``contra as reformas de FHC".
Reformas que seguiam em ritmo acelerado, nas votações de ontem. Ritmo que, junto com o caos das greves, aponta para o confronto.
Confronto que já pode ter começado, na última frase do Jornal Nacional:
- E atenção! A Petrobrás acaba de anunciar a demissão de 25 petroleiros, entre os quais dirigentes sindicais.

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