São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995
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Greve e chuva causam pior trânsito de SP em 2 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

O congestionamento no trânsito de São Paulo causado ontem pela greve de metroviários e pela chuva foi recorde nos últimos dois anos para o horário de pico (período de maior movimento) da manhã.
A informação é de Celso Buendia, 36, coordenador da central de operações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Às 9h, a CET registrou a maior extensão de vias com trânsito lento na manhã de ontem: 137,7 km.
Os metroviários decidiram, em assembléia ontem, continuar em greve por tempo indeterminado. Eles rejeitaram a proposta da direção do Metrô, que ofereceu 29,55% de reajuste, 3% de aumento real e a implementação de planos de carreira para o pessoal da manutenção e da operação.
Os metroviários querem 70,43% de reajuste, 15% de aumento real e correção mensal dos salários. Segundo o presidente do sindicato, havia 4.000 pessoas na assembléia. Todas votaram pela continuidade do movimento.
O número do congestionamento representa um acréscimo de 116% sobre a média do mês de abril para o pico da manhã, que é de 63,6 km.
A extensão de congestionamentos na manhã de ontem foi 17,1% maior que os 117,6 km registrados na terça-feira, primeiro dia de greve dos metroviários.
Desde 93, quando a CET começou a medir a extensão de congestionamentos na cidade, São Paulo não atingia a marca de ontem no período da manhã, diz Buendia.
O recorde anterior havia sido de 136,8 km, registrado em 7 de dezembro de 94, devido a enchentes.
Nos últimos dois anos, a maior extensão registrada, incluindo o pico da tarde, foi de 172,4 km, em 11 de novembro de 94.
A principal consequência da greve dos metroviários foi o prolongamento do horário de pico da manhã. Normalmente ele vai das 7h às 9h. Ontem, a situação começou a melhorar a partir das 10h, mas às 11h30 ainda havia lentidão.
Segundo Buendia, a greve e a chuva levaram cerca de 250 mil carros a mais às ruas. Em dias úteis normais, 3 milhões de veículos circulam em São Paulo.
A CET estima em R$ 675 mil reais o prejuízo causado à cidade pelo congestionamento de ontem.
Para fazer o cálculo, a CET multiplica o número de horas de congestionamento pela média da quilometragem de lentidão e pelo valor de R$ 1.500,00. ``É um cálculo aproximado. Levamos em conta o desperdício de combustível, frota de veículos, número de passageiros e a perda na produção das empresas", diz Buendia.
A indústria e o comércio também registram prejuízos. Segundo a Associação Comercial de São Paulo, na terça-feira, primeiro dia de paralisação, as consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito e ao Telecheque (que indicam o volume de compras) caíram 10%.

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