São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995
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Músicos brigam com gravadoras

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ecad (Escritório Central de Arrecadação) não é a única dor de cabeça de músicos preocupados com a questão do direito autoral no Brasil. As gravadoras e as editoras musicais também são alvos de reclamações e de processos.
O cantor e compositor Gilberto Gil luta para rescindir unilateralmente os contratos com quatro editoras -Alecrim, Gapa, Musiclave e Warner.
"Eu reinvindico e recuperação dos direitos autorais de algumas músicas que fiz e que estão em poder de algumas editoras", diz.
Kika Seixas, viúva de Raul Seixas, está brigando com a gravadora PolyGram. Ela alega que a gravadora não está pagando corretamente os direitos de intérprete.
``Detectamos casos em que estaria sendo pago 25% do estabelecido em contrato, além de hiatos no pagamento", afirma Nehemias Gueiros, advogado contratado pela viúva do músico.
Mas essa não é o único motivo de queixa. Em 1989, a PolyGram lançou o disco ``Eu, Raul Seixas" sem consultar os herdeiros. ``Estamos tentando resolver conversando. Se for necessário recorreremos ao Judiciário", diz Nehemias.
Segundo seus cálculos, a gravadora já deve cerca de R$ 100 mil. ``Isso sem contar uma indenização por perdas e danos", afirma.
Para Nehemias, os grandes beneficiários da má arrecadação de direitos autorais no Brasil são as gravadoras, as editoras e o Ecad.
Tim Maia é outro que tem bronca da gravadora PolyGram. ``Ela lançou 11 CDs sem minha autorização, nem da minha editora, nem da minha gravadora, a Vitória Régia, que detém os fonogramas das músicas", afirma.
O cantor encontrou a saída para o problema: entrou na Justiça. ``Estou acionando a gravadora".
A Folha procurou a Polygram para ouvir sua versão, mas não teve resposta até as 12h de ontem.

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