São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995
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FHC recebe apoio da Força à reforma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso ouviu críticas veladas a dois ministros -Paulo Paiva (Trabalho) e Reinhold Stephanes (Previdência)- ao receber o apoio da Força Sindical à reforma constitucional na Previdência.
O presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, aproveitou o anúncio formal do apoio para fazer duas propostas: acabar com os privilégios de aposentadorias especiais e manter integralmente os direitos da maioria dos trabalhadores comuns.
Ministros
Stephanes se aposentou, no Estado do Paraná, com 22 anos de serviço. Para chegar aos 35 anos necessários, incorporou uma série de artifícios que o Estatuto do Servidor permite.
Já o ministro Paulo Paiva defendeu, no dia 1º de maio -Dia do Trabalho-, a retirada da Constituição de alguns direitos trabalhistas, como adicional de férias e licença-maternidade.
Os dois ministros estavam presentes à solenidade e permaneceram calados durante a fala de Medeiros. Paiva evitava olhar para o líder sindical.
O presidente fez depois um discurso de agradecimento à Força Sindical, em que combateu ``privilégios" existentes na Previdência.
Citou especificamente o acúmulo de aposentadorias e as vantagens de alguns setores como o funcionalismo público.
Injustiça
``Existe um regime no Brasil de injustiça, em que há privilégios, em que alguns acumulam aposentadorias. Há alguns setores que têm vantagens adicionais no momento da aposentadoria, enquanto a imensa maioria dos brasileiros se aposenta com salários muito pequenos", disse.
O presidente lembrou que há um grande número de aposentadorias no valor de um salário mínimo: ``Há uma imensa maioria de brasileiros que vive de aposentadoria com um salário mínimo, cerca de 12 milhões, creio, o que mostra que realmente há uma disparidade enorme no sistema social brasileiro".
Exploração política
FHC voltou a atacar as manifestações contra as reformas. Segundo ele, o país teria superado a fase ``em que, por exploração política, se fez crer aos brasileiros que o governo queria perseguir aposentados". Ele disse que as aposentadorias já conquistadas ``são intocáveis nos seus direitos".
FHC disse estar pensando no país e não em seu governo. ``É em termos do bem-estar da população brasileira, do direito que todo brasileiro tem de numa certa idade se aposentar olhando para o futuro".

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