São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995
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Petistas defendem texto atual

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Deputados petistas que, inicialmente, se mostraram surpresos com a revelação de que o atual texto da emenda beneficia duas empresas devem mesmo se mobilizar contra o destaque supressivo, que eliminaria os privilégios às atuais concessionárias.
A tendência do PT é apoiar a manutenção dos direitos das atuais concessionárias na segunda votação sobre a emenda do gás canalizado, terça-feira, na Câmara.
A postura do partido beneficia indiretamente a OAS, que é sócia de empresas estatais em sete Estados, e a BR (Petrobrás Distribuidora).
Deputados petistas ouvidos ontem pela Folha afirmam que a tendência da bancada do partido é votar contra um destaque supressivo para eliminar o artigo 2º, que beneficia a OAS.
Segundo a deputada Telma de Souza (SP), ``esta discussão está sendo feita entre os deputados, e a posição da bancada será oficializada em uma reunião na terça-feira".
Para a deputada, ``a tendência, por enquanto, é votar contra a supressão do artigo, mantendo a posição da primeira votação".
Já o voto do deputado José Machado (SP) vai ser determinado pela emenda do petróleo.
``Se olharmos só para a questão do gás, podemos admitir uma flexibilização mais profunda. Essa é a minha posição pessoal".
O deputado considera ainda que ``o problema é que essa questão está atrelada à discussão sobre o petróleo. É preferível votar contra a supressão do que abrir o monopólio", Sobre o benefício concedido a empresas, o deputado diz: ``Eu não posso discriminar a OAS. Se não for ela, qualquer outra empresa pode atuar no setor. O problema é se essas concessões embutem irregularidades".
Para Paulo Bernardo (PR), o PT deve ``continuar na mesma posição e manter o artigo 2º"
``Em todo o caso, a denúncia feita pela Folha mostra que a Câmara não avaliou a fundo essa questão", diz. Bernardo também acredita que o partido tende a votar contra a supressão do artigo.

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