São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995
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Greves podem deixar 10 milhões a pé

DA REPORTAGEM LOCAL

Os quase 10 milhões de passageiros que utilizam transporte coletivo em São Paulo podem ficar a pé na terça-feira. Ferroviários, motoristas e cobradores de ônibus marcaram greve para o dia 16. Os metroviários realizam assembléia segunda-feira para decidir se retomam a paralisação no mesmo dia.
Os metroviários já pararam de terça a quinta-feira por melhores salários. Voltaram ao trabalho depois que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) concedeu 29,55% de reajuste salarial -o equivalente ao IPC-r (índice que mede a inflação) acumulado entre julho de 94 e abril de 95- e 7% de aumento real aos trabalhadores.
Se o Metrô tentar modificar esta decisão junto ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), os 9.000 metroviários voltam à greve.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, disse que o governo ainda não decidiu se vai recorrer da sentença.
Segundo ele, apenas na próxima semana a direção do Metrô terá idéia do impacto do reajuste salarial na planilha de custos da empresa.
Os ferroviários, em assembléia realizada ontem, decidiram parar a partir de terça.
Havia, segundo o sindicato, mil pessoas na assembléia. A categoria tem 3.400 pessoas.
A categoria reivindica 78% de reajuste. A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) oferece 29,55% de reajuste e aumento real entre 3,29% e 5,81%, dependendo da faixa salarial.
Os trens urbanos transportam 700 mil passageiros diariamente. Esse número pode chegar a 1 milhão. O sindicato estima que 300 mil passageiros utilizem o sistema de forma clandestina, sem passar pelas catracas.

Ônibus
O TRT, ao contrário do que havia feito no caso dos metroviários, decidiu marcar o julgamento do dissídio dos motoristas e cobradores de ônibus antes da paralisação da categoria.
Dissídio, no jargão jurídico, é o conflito entre patrões e empregados por causa de questões salariais e trabalhistas.
O julgamento está marcado para segunda-feira. Caso a sentença agrade à categoria, de 50 mil trabalhadores, a greve será suspensa.
Os ônibus da cidade transportam 6,7 milhões por dia.

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