São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995
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América Latina retoma posição nas Bolsas

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

Os mercados latino-americanos retomam posição nas Bolsas após a crise econômica no México. Segundo reportagem publicada ontem pelo ``The Wall Street Journal", dos EUA, os países da América Latina mostram grande disposição em promover a abertura de mercado.
Segundo o índice da Baring Security para a América Latina, o mercado de ações latino-americano recobrou 60% das perdas que teve até o começo de março devido às crises econômicas no México e Argentina.
``Brasil e Venezuela têm o desafio de enfrentar uma enorme resistência de grupos internos poderosos contra a adoção de medidas para a abertura de mercado", afirma o jornal.
A reportagem, publicada na capa do ``Wall Street Journal", traça um perfil de como o mercado latino-americano esteve nos últimos meses e como deve se comportar daqui para frente, segundo a disposição dos governos com relação a novas políticas econômicas.
Um dos exemplos destacados é a Argentina. ``Estamos convertendo a crise em uma nova oportunidade de caminhar para a fortificação da nossa economia", afirmou ao jornal o ministro da Economia argentino Domingo Cavallo.
O México, segundo a reportagem, ``passou por cima do orgulho nacionalista" e abriu as portas para os investimentos estrangeiros no até então protegido setor bancário, além de anunciar planos para privatizar a companhia de gás.
``Seguindo essa linha, o Brasil privatizará seu vasto setor elétrico estatal e deve diminuir restrições a investimentos estrangeiros nas áreas energética e de comunicações", prossegue o texto.
Claudio Haddad, do banco Garantia, afirmou ao jornal que, seguindo a política do mercado, um choque pode ser ajustado mais rapidamente do que seguindo uma política intervencionista.
O jornal projeta, ainda, uma queda no volume de investimentos estrangeiros na América Latina este ano -US$ 35 bilhões, contra US$ 55 bilhões investidos em 1994.

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