São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995
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Cineasta brasileiro embarca para a Fábrica

AMIR LABAKI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O cineasta brasileiro Roberto Moreira (``Amargo Prazer", ``A Princesa Radar") embarcou anteontem para Treviso (Itália), onde começa a trabalhar nesta semana na turma inaugural da Fábrica, a escola de mídia que o diretor Godfrey Reggio (``Koyanisqaatsi") coordena para a Benneton.
Aos 34 anos, Moreira está incluído no grupo de nove jovens artistas selecionados no mundo inteiro para desenvolver o projeto-piloto do centro multimídia.
Em entrevista exclusiva por fax à Folha, o coordenador de produção da Fábrica, Gianfilippo Pedote, explicou os critérios que levaram à seleção de Moreira.

Folha - O que levou à seleção de Roberto Moreira?
Gianfilippo Pedote - Recebemos muito material do Brasil. Todos foram estimulantes e de boa qualidade. Roberto Moreira é um diretor talentoso com uma sólida experiência profissional, um estilo e um ponto de vista originais e desejo de pesquisa e inovação.
Em seu trabalho, Moreira exibe grande versatilidade estilística. Ele está interessado na relação entre imagens e realidade e é atraído pela relação entre grandes temas universais e detalhes do cotidiano.
Folha - Quais serão as primeiras atividades na Fábrica?
Pedote - O primeiro período será usado para discutir projetos e pesquisas. Moreira vai desenvolver seu próprio projeto de curta-metragem ou episódio para TV. Neste primeiro período, filósofos, escritores e artistas convidados vão dar palestras e apresentar trabalhos, com o objetivo de provocar e inspirar.
Folha - Como o senhor definiria o objetivo central da Fábrica?
Pedote - Fábrica Futuro-Presente abre neste mês. Essa nova escola vai convidar seus estudantes-colaboradores a aceitar o desafio de criar produtos de comunicação de massa que desafiem o mundo da ``mass media".
Folha - A Fábrica não corre o risco de se tornar uma nova agência publicitária da Benneton, que a financia?
Pedote - As nossas produções não são concebidas para virarem propaganda nem da Benneton nem de ninguém. A Benneton oferece aos estudantes da Fábrica uma escola independente, onde os trabalhos têm autonomia criativa.

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