São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995 |
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Presidente é 'prisioneiro' do peso, diz banqueiro
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Ao participar na semana passada de um seminário para investidores internacionais em São Paulo, Reed observou que Menem e Cavallo politizaram a taxa de câmbio. Isto é ``colocaram todo peso político na paridade" (a cotação de um peso igual a um dólar). Assim, a desvalorização do peso não seria uma mudança econômica, mas uma derrota política. Cavallo e Menem ``não podem mais sair disso", disse Reed. O professor Mário Henrique Simonsen concorda. Perguntado sobre a possibilidade de desvalorização do peso, comentou: ``Conhecendo Cavallo, ele cai morto, mas não desvaloriza". Simonsen e Reed concordam também que isso cria um enorme problema para a economia argentina. O país não pode perder reservas em dólar porque, pela lei de conversibilidade, cada peso em circulação deve corresponder a um dólar nas reservas. Se os dólares se vão, o Banco Central é obrigado a recolher pesos, e isso tira fôlego da economia. Mas ocorre que o peso valorizado desestimula exportações e estimula importações. Isto é, leva ao déficit no comércio externo. Por isso, como diz Simonsen, Cavallo ``fica correndo o mundo em busca de financiamento para reservas". John Reed acrescenta: ``Cavallo é um `peleador' (lutador) e conseguiu o apoio dos banqueiros internacionais. Vai continuar assim". Texto Anterior: Menem posa de galã na última entrevista Próximo Texto: Governistas culpam Bordón por atentados Índice |
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