São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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Para ministro, sede do TST é "exagero"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para ministro, sede do TST é ``exagero"
A nova sede do TST (Tribunal Superior do Trabalho), a ser erguida em frente ao monumental edifício em construção do STJ (Superior Tribunal de Justiça) terá 120.500 metros quadrados e vai custar à União US$ 250 milhões, segundo cálculos do ministro Almir Pazzianotto.
Ele é o único dos 27 ministros que integram o tribunal a discutir a viabilidade da obra. ``É um exagero", avalia Pazzianotto. A nova sede abrigará os juízes em gabinetes de 250 metros quadrados e terá garagem coberta de 30 mil metros quadrados para 1.500 automóveis.
``Nem o país está em condições de realizar essa obra e nem há uma previsão de que o número de processos vai aumentar a ponto de haver necessidade da nova sede", argumenta.
A assessoria de imprensa do tribunal diz que o projeto atende as necessidades ``da forma mais econômica possível, sem nenhum exagero".
A decisão de construir um novo prédio foi tomada em 1993. O então presidente do TST, Orlando Teixeira da Costa, justificou a construção da sede em relatório sobre sua gestão de 93 a 94. O argumento é que a demanda trabalhista cresceu muito nos últimos anos.
A atual sede, situada na Praça dos Tribunais Superiores, de acordo com o ex-presidente do TST, não é mais suficiente para a Justiça do Trabalho. O tribunal está instalado em três prédios que somam 30 mil metros quadrados. Há ainda mais dois, distantes 16 quilômetros do prédio principal.
``É uma situação que cria inúmeros problemas para a administração e eleva substancialmente os custos de manutenção", explica Teixeira da Costa.
No relatório, ele afirma que a futura sede representaria ainda um benefício para o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) instalado na capital, ``que passaria a ocupar as atuais instalações do TST, cedendo espaço às 20 juntas de conciliação e julgamento de Brasília".
O projeto foi elaborado pelo escritório do arquiteto Oscar Niemeyer, que recebeu cerca de R$ 3 milhões pelo serviço. A assessoria de imprensa do TST garante que a previsão do custo da obra não ultrapassa R$ 96 milhões, com o metro quadrado a R$ 800.
A cifra, entretanto, é contestada por Pazzianotto, que a considera modesta. Ele afirma que a obra terá acabamento muito caro, o que pode elevar o preço do metro construído para algo em torno de R$ 1.200 a R$ 1.500.

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