São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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'Perdi o namorado para a minha mãe'

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Você já imaginou que ao sair com sua mãe ela fosse mais assediada pelos homens do que você? E se seu namorado te trocasse por ela?
Hoje, com a proliferação de técnicas que retardam o envelhecimento, a competição entre mães e filhas saiu das telas de cinema para a realidade.
Em alguns casos, a disputa adquire ares dramáticos, como aconteceu com a professora F., 24, que há seis anos encontrou a mãe e o namorado transando no escritório quando voltava da festa da melhor amiga:
``Eu tinha 18 anos e namorava o Leandro havia seis meses. A gente ficava mais em casa do que saía porque ele era supercaseiro. Meus pais eram casados e achava que tinham um bom relacionamento.
Flagrei minha mãe com o Leandro no dia do aniversário da minha melhor amiga.
Ele disse que não queria ir na festa. Não achei estranho porque ele não gostava mesmo de festa. O Leandro ficou na minha casa me esperando.
Fui para a festa por volta das 21h e voltei às 2h. Quando cheguei, não tinha ninguém na sala, nem em lugar nenhum. Olhei no meu quarto, onde o Leandro deveria estar dormindo, mas ele também não estava. Aí fui para o escritório e vi os dois transando. Fiquei parada na porta e depois saí. Ninguém me viu. Fui para o quarto e fiquei chorando, não conseguia acreditar.
Não era só meu namorado que estava me traindo. Era a pessoa que eu achava mais perfeita no mundo, minha mãe. Isso foi o que mais me magoou. Quando ele entrou no quarto, fiquei histérica e o mandei embora. Só contei o que vi para minha irmã.
Não sei se a minha mãe falou para o meu pai, mas eles se separaram três meses depois. Fiquei sem falar com ela por mais de um ano e fui morar com meu pai. Fiz três anos de análise e hoje já consigo falar sobre o assunto. Voltei a morar com minha mãe, mas nosso relacionamento não é como antes.
Não sei se uma coisa dessas dá para perdoar. Converso com ela, mas não conto coisas íntimas. Também não levo nenhum namorado em casa.
Quanto ao Leandro, nunca mais o vi. Soube que ele e a minha mãe continuaram se encontrando algumas vezes. Isso deu ainda mais raiva porque mostra que não foi uma fatalidade. Talvez eles já tivessem feito isso outras vezes.

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