São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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ACENDE

Sérgio Arouca, 53, deputado federal (PPS-RJ) e médico: ``Considero que o usuário de uma droga não pode ser considerado como um caso de polícia, mas sim como um caso de saúde.
Toda vez que isto for tratado do ponto de vista policial, nós só vamos agravar e não vamos resolver nada. Provavelmente, vamos transformar usuários de maconha em traficantes e bandidos."
Fernando Gabeira, 54, deputado federal (PV-RJ) e jornalista: ``Acho que as pessoas têm direito a usá-la. A maconha não é uma substância entorpecente, a julgar pelas classificações da Organização Mundial de Saúde.
A maconha pode ser letal numa dose muito alta. Por exemplo: dois quilos jogados de um décimo andar na cabeça de uma pessoa realmente pode matar. Em outras circunstâncias, não conheço nenhum caso de morte provocada por maconha."
Eduardo Jorge, 45, deputado federal (PT-SP) e médico: ``Sou a favor da descriminação da droga nos termos que se encontram em meu projeto de lei. O usuário não sofre pena de detenção.
As sanções mais duras devem se dirigir aos traficantes. O usuário tem que ser encarado como um problema de saúde ou carência afetiva.
Deve receber um apoio psicológico neste sentido, para que ele possa ter chance de se afastar da droga."
Marta Suplicy, 50, deputada federal (PT-SP) e psicóloga: ``Penalizar o usuário de droga não é pedagógico e incentiva a corrupção no meio policial. Temos que fazer uma campanha anti-drogas bastante séria e introduzir a educação sobre drogas nas escolas.
Droga não se combate pondo o usuário na cadeia. A repressão tem falhado e o consumo de drogas só vem aumentando."

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