São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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Jovens resistem mais a diminuir consumo

DA REDAÇÃO

Os consumidores de classe média mais jovens, com idade entre 18 e 25 anos, são os que mais resistem a cortar o consumo, como apela o governo.
Pesquisa Datafolha realizada na última quinta-feira, com 660 paulistanos com idade a partir de 18 anos e renda familiar acima de R$ 2.000, mostra que, entre os 18% dos entrevistados que passaram a gastar mais nos últimos dois meses, 34% têm até 25 anos.
Neste grupo de ``consumistas", os que têm entre 26 e 40 anos ficaram em 15% e acima de 41 anos, em 12%.
Entre os que passaram a consumir mais, destacam-se também os entrevistados com escolaridade de 2º grau e renda familiar acima de 60 mínimos, o que corresponde hoje a R$ 6.000 (ver resumo da pesquisa na página ao lado). Os homens predominam um pouco sobre as mulheres neste grupo.
Entre os que afirmam estar consumindo como no início do ano, predominam os entrevistados de sexo masculino, os que têm 41 anos ou mais e os que têm renda familiar entre 40 e 60 salários mínimos (de R$ 4.000 a R$ 6.000).
Quanto à escolaridade, há equilíbrio neste grupo entre os que possuem 1º grau e nível superior.
Passaram a consumir menos, principalmente, as mulheres, os mais escolarizados, os que possuem renda familiar mensal de 40 a 60 salários mínimos e os que dizem estar atendendo ao apelo do governo.
Apesar da relativa resistência da classe média ao corte no consumo, 35% dos entrevistados afirmaram que pretendiam gastar uma parcela menor da renda com presentes neste Dia das Mães, na comparação com o ano passado.
No dia em que foi realizada a pesquisa, quinta-feira, 47% das pessoas ainda não haviam feito a compra para o Dia das Mães, embora tenham manifestado que tinham esta intenção. 31% confessaram que não iriam comprar nada.
A grande maioria dos paulistanos de classe média (67%) disse que a possibilidade de medidas oficiais de restrição ao consumo não teve influência em sua disposição para as compras.
A pesquisa também mostrou que a classe média paulistana elege a caderneta de poupança (41%) e em seguida bens reais com 22% (destaque para imóveis) como a melhor aplicação no momento. O CDB (Certificado de Depósito Bancário) aparece em terceiro, com 7%. Ações ficaram com 3%.
Indagados se hoje vale mais a pena consumir ou poupar, 59% indicaram esta última alternativa. 45% disseram que não precisaram retirar dinheiro da poupança nos últimos dois meses.

A pesquisa do Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%. Se fossem feitos 100 levantamentos com a mesma metodologia, em 95 os resultados estariam dentro da margem de erro.
A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antonio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, tendo como assistentes Mauro Francisco Paulino e a estatística Renata Nunes César. A direção comercial é de Eneida Nogueira e Silva. A coordenação da pesquisa e a análise dos resultados estiveram a cargo de Alessandro Janoni. O levantamento da amostra foi feito por Teresinha Peret.

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