São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pesquisar preços é defesa de comprador

Apelo do governo não dita postura

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

As medidas anticonsumo do governo parecem não ter influído na decisão dos filhos que compraram presentes para suas mães.
Para a professora Maria Antonieta Rodrigues Sampaio, 35, o fator mais importante na hora de escolher o presente é a qualidade da compra e o preço.
``Os preços estão muito altos, então é preciso pesquisar mais. Eu gastei pouco porque é o que eu posso gastar com meu salário. Mas isso não tem nada a ver com os apelos do ministro."
Ela afirma que, mesmo com o aumento dos preços, não dá para deixar de comprar uma lembrança para a mãe. Ela comprou uma bolsa de couro. ``Pelos preços que observei foi o melhor que pude encontrar."
Maria Antonieta considerou altos os preços dos calçados e das roupas de inverno. ``Alguns comerciantes estão perdendo a noção e aplicando aumentos abusivos", afirma.
As estudantes Karina Ribeiro, 14, e Ana Carolina Rolin, 15, também dizem ter pesquisado antes de escolher o presente das mães.
Para Karina, o importante é comprar algo que a mãe goste. ``Estou procurando um sapato que ainda não encontrei. Presente de mãe não dá para esquecer."
Ana Carolina também afirma que prefere pesquisar bem os preços antes de comprar. ``Vou pagar com o dinheiro do meu pai e ele não quer gastar muito."
Ela afirma que sua família sempre faz uma pesquisa de preços antes de comprar alguma coisa e que não estão gastando menos por causa das medidas anticonsumo do governo. ``Procurar os preços mais baratos é um hábito. Não acho que as pessoas estão gastando menos para colaborar com o plano. Depende de cada um", diz.
Eliane de Luca, 28, procurou até encontrar o presente que sua mãe estava esperando. Ela comprou um tabuleiro de xadrez. ``Nem pensei no preço. Ela pediu o tabuleiro e eu quis comprar."

Texto Anterior: Jovens resistem mais a diminuir consumo
Próximo Texto: Inflação negociada
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.