São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ciclo da Folha atrai 6.000

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Meio século depois que os japoneses, derrotados na 2ª Guerra Mundial, seguiram os conselhos de dois norte-americanos e deram a volta por cima nos negócios, uma palavrinha -qualidade- tornou-se popular entre os brasileiros a ponto de competir com a paixão pelo futebol.
Noite de 20 de junho de 1994. Alheios às comemorações da vitória da seleção brasileira sobre os russos, na estréia da Copa do Mundo, mais de uma centena de ouvintes se concentravam nas explicações do executivo Estanislau Braz sobre a política salarial do Citibank.
Braz é um dos 48 palestrantes que há um ano se revezam no auditório da Folha nas noites de segunda-feira. O ciclo ``A Busca da Qualidade Total" já foi assistido por cerca de 6.000 pessoas. ``É recordista de público", diz Otávio Dias, coordenador de Artigos e Eventos.
``O ciclo atrai muita gente porque os seminários que têm por aí são herméticos, excessivamente teóricos", afirma o consultor Dino Mocsányi. ``Atrai porque focaliza experiências de erros e acertos das empresas", diz José Chinellato, vice-presidente da Mangels.
A paulistana Zélia Maria de Oliveira, 43, é frequentadora de carteirinha. A Trevo Piso, onde trabalha, corre atrás do certificado internacional de normas de qualidade, o ISO 9000.``É mais fácil ir ao auditório da Folha do que viajar a Curitiba, onde fica nossa sede".
Como a platéia é heterogênea -estudantes, executivos, pequenos e médios empresários-, alguns palestrantes, visando facilitar a compreensão, agem como professores de cursinho vestibular.
Para dramatizar a resistência às mudanças, o principal problema na implantação de um programa, o consultor Paulo Arasaki, da KPMG, fez o ``teste do iogurte".
Um dos assistentes orientados por Arasaki tentou em vão persuadir outro a beber iogurte tingido com corante azul.
``A moral da história é que mudanças organizacionais não podem ser impostas e os agentes devem estar bem informados das consequências", ensina Arasaki.
Para José Roberto Ferro, professor da Fundação Getúlio Vargas, o movimento da qualidade já faz parte da agenda nacional. Pressionadas pela competição internacional, empresas brasileiras passaram a acelerar os programas -o que se reflete também na vendagem de obras especializadas.
A Qualitymark, uma editora carioca, prevê faturar US$ 1,5 milhão este ano e somar cem títulos aos 118 sobre qualidade lançados nos últimos cinco.(NB)

Já participaram do ciclo ``A Busca da Qualidade Total" os seguintes palestrantes: Eduardo Nunes (Hay do Brasil), José Adriano de Moura Chinellato (Mangels), Alberto Von Ellenrieder e Bernardo de Vasconcelos (Boucinhas & Campos), Antonio Carlos Queiroz (Monsanto), André Leite Alckimin (Rhodia), Estanislau Braz (Citibank), José Luiz Santana (Fundação Dom Cabral), Renato Munhoz (Inepar), José Pastore (FEA/USP), José Roberto Ferro (FGV), Cláudio Ruggiero Jr. (Delco Remy do Brasil), Reynaldo Brandt (Hospital Albert Eistein), Flávio Augusto Picchi (Encol), José Carlos Monteiro (Arthur Andersen), Paulo Arasaki (KPMG), Márcio Fontoura Migues (Autolatina), Normelio Moura da Costa (Caraíba), Antonio Carlos Peixoto (Pirelli), Luiz Tavares de Carvalho (Mercedes-Benz), Victor Báez (Coopers & Lybrand), José Joaquim Ferreira (Fundação Vanzolini), Ricardo Amoroso (Rummler Brache Group), Hugo Gomes (IBM), José Caldas (Liquid Carbonic) Dino Mocsányi (Mocsányi Associados), Arthur Carlos das Neves (Arthur D.Little) Vicente Falconi Campos (Fundação Christiano Ottoni), Romualdo Batista de Melo (Dresser Wayne), José Maurício Banzato (Imam), Rubens Moll (Andersen Consulting), Carlos Roberto Holl (Asea Brown Boveri), Valério Cipriano Rodrigues (Andrade Gutierrez), Geraldo Caravantes (UFRS), Antonio Carlos de Moraes (Covey Leadership Center), Clóvis Gouvêia (Texaco), José Antonio Mattei (SGS), Francisco Rodrigues (Trevisan), Alberto Kreigne (Bosh), Samuel Cogan (FGV/RJ), Celso Calia (Avraham Goldratt), Donizeti dos Santos (Banco de Boston), Heitor Rangel (Ernst Young), João Mario Csillag (FGV), Júlio Boechat (Telemig), Júlio Bueno (Inmetro), Winston Pleger (Pleger Associados), João Carlos Pissuto (Price Waterhouse), Lúcia Helena Videira (White Martins).

Texto Anterior: Fiscalização de gás; Códigos de receita; Pagamento do IR; Despesas de custeio; Veículos poluentes
Próximo Texto: O que é a qualidade total
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.