São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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Educação continuada ameaça o diploma

DA REPORTAGEM LOCAL

O diploma universitário pode estar com os dias contados. Essa é a opinião do ex-reitor da USP (Universidade de São Paulo) Hélio Guerra, 64, organizador da 6ª Conferência Internacional de Educação Continuada em Engenharia, encerrada na semana passada.
A conferência, que reuniu 400 especialistas de mais de 40 países, tratou de um assunto que, segundo o ex-reitor, é o boom do momento. ``A educação continuada virou moda no mundo inteiro."
A educação continuada prega o aprendizado constante e continuado mesmo após o término do curso universitário, como uma forma de reciclagem profissional.
``Atualmente, o mercado dá muito mais valor à competência do que ao diploma. É a idéia da educação `just-in-time', ou seja, sempre que necessária e nunca mais do que o necessário", afirma.
Para Guerra, a educação universitária tradicional é muito cara e ineficiente. ``O aluno fica cinco anos estudando matérias que ele nunca vai utilizar e não aprende outras coisas necessárias", diz.
O ex-reitor faz questão de dizer que não é a favor da extinção dos cursos de graduação. ``Eles são importantes como base, mas o aluno não pode se considerar formado quando acaba, tem que continuar aprendendo para não ficar para trás", afirma Guerra.
A conferência discutiu as formas de aferição da qualidade dos cursos de extensão. ``Defendemos a criação de uma norma, semelhante ao ISO 9000", afirma. O ISO 9000 é um certificado que atesta a qualidade de um produto.

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