São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995 |
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a cidade ri da decadência
CRISTINA ZAHAR ser o maior edifício da América Latina, quase como o prédio de`Sábado'. É estranho como o destino das coisas se modifica. Ao contrário do folclore que cerca alguns diretores de sucesso, Giorgetti, de perto, é bem ``normal" e não exibe um ego inflado. "Sou um médio burguês, sem nada de surpreendente. Gosto de viajar, mas não faço viagens exóticas. Nunca fui para o Nepal", afirma. Casado, pai de três filhos, aprecia a literatura norte-americana. Suas grandes referências no cinema são François Truffaut, Mario Monicelli, Orson Welles e Jim Jarmusch, só para citar alguns. Ídolo mesmo só o japonês Akira Kurosawa. "Fico sem fôlego ao ver seus filmes", afirma. Fã de esportes -foi jogador de basquete-, discorda do escritor italiano Umberto Eco, que odeia futebol. "O Eco é chato. O Pasolini era fanático por futebol e entre as filmagens organizava dois times para poder jogar. Giorgetti diz que tudo o que aprendeu na vida, aprendeu na quadra de basquete. "O caráter das pessoas fica muito evidente em uma competição esportiva. Em cinema, porém, detesta competir. "Festival implica competição, o que não é saudável para ninguém. Também não gosto muito de 12 caras olhando para o meu filme e dizendo acho isso ou aquilo". Aos jovens que querem entrar no mercado cinematográfico, ele aconselha: "Façam. Arranjem uma câmera e vão trabalhar. Diz que cinema é serviço e não pode virar divertimento de pessoas ricas: "Se você perder o cheiro da rua, perdeu o senso do cinema". Texto Anterior: a cidade ri da decadência Próximo Texto: toma chá que passa Índice |
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