São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995
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Governo passa a exigir mais dinheiro nas privatizações

Meta é arrecadar US$ 1,2 bi com venda de nove empresas

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A meta estabelecida pelo governo de arrecadar R$ 1,2 bilhão com a privatização de nove estatais até agosto equivale ao total obtido em dinheiro até agora com o PND (Programa Nacional de Desestatização).
Este valor representa 14,8% do total de R$ 8,595 bilhões acumulados nos três anos e três meses do PND. Os 85% restantes do valor total das ações vendidas foram pagos com ``moedas podres" -papéis de baixo valor, como títulos das dívidas interna e externa da União.
Ao aceitar as ``moedas podres" em troca das ações das estatais leiloadas, o governo reduziu a dívida pública.
Ao anunciar há alguns dias a meta de arrecadação de R$ 1,2 bilhão com a venda de estatais até agosto, o ministro José Serra (Planejamento) disse que ``uma das finalidades da privatização, por incrível que pareça, é arrecadar dinheiro".
Além do R$ 1,218 bilhão pago em dinheiro, existem outros R$ 395 milhões em ações que foram transferidas aos trabalhadores das estatais leiloadas ano passado, mas ainda não pagas. Se computados esses R$ 395 milhões, sobe de 14,8% para 18% o percentual de dinheiro recebido na privatização.
A intenção do governo é exigir mais moeda corrente (reais e dólares) na privatização, de acordo com o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Edmar Bacha.
Ao anunciar a venda da Vale do Rio Doce, por exemplo, Bacha disse que o governo não vai aceitar os títulos de dívida como pagamento total da companhia. O patrimônio da Vale é calculado nas bolsas de valores em R$ 13 bilhões.

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