São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995
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Passageiros enfrentam extravio de bagagens

DANIELA FERNANDES
ESPECIAL PARA A FOLHA

A emoção de uma viagem pode acabar no aeroporto mesmo, quando o passageiro não consegue encontrar sua bagagem ou descobre que objetos nela guardados foram furtados.
Até o início de maio, o DAC (Departamento de Aviação Civil) registrou 72 reclamações em relação a bagagens extraviadas nos aeroportos do país. O número representa mais de 70% do total de queixas registradas no ano passado inteiro: 101.
O estudante Rafael Moreira Collodoro, 13, voltou de Miami em janeiro em um vôo da Vasp e sua mala não foi localizada no aeroporto. Ela continha um aparelho de som comprado durante a viagem.
O pai do estudante, José Roberto Collodoro, 41, afirma que -embora tenha contatado inúmeras vezes a companhia e tenha ido ao setor de bagagens extraviadas do Aeroporto de Cumbica- ainda não recebeu nenhuma informação sobre o caso.
A assessoria de imprensa da Vasp diz que a mala não foi localizada e que a empresa vai indenizar Collodoro. Segundo a companhia, o número de reclamações feitas em 94 em relação a malas extraviadas representa 0,2% do total de passageiros no ano (média de 600 mil por mês).
A Varig não faz o balanço do número de queixas de malas que não chegam ao seu destino e afirma que em 95% dos casos elas são encontradas.
Mary Allyne Behnk, 50, viajou de São Paulo para o Rio em novembro passado e constatou, ao retirar a bagagem no Rio, que sua mala havia sido violada e que estava faltando uma câmera fotográfica. Após inúmeros contatos com a Vasp, durante três meses, ela foi informada que poderia receber uma indenização de R$ 4. Mary diz que não foi ao aeroporto de Cumbica buscar o dinheiro.
A Vasp diz que a indenização é feita de acordo com a Convenção de Varsóvia (1931), que fixou o reembolso da bagagem em US$ 20 por quilo (veja texto ao lado).
``Para evitar problemas com relação a valores de indenização, o passageiro deve sempre declarar sua bagagem no aeroporto antes de embarcar. Com o pagamento de um seguro, ele vai ter direito a receber o valor da mercadoria extraviada", afirma Adriana Simões Fernandes, 27, supervisora de produtos e serviços do Procon.
Se o passageiro não fez seguro e não tem notas fiscais comprovando que certas mercadorias estavam na bagagem, é díficil fazer um acordo além dos US$ 20 por quilo, complementa Adriana. O Procon, já conseguiu, no entanto, fazer alguns acordos um pouco além deste limite.
O órgão recebeu 58 queixas de desaparecimento de bagagens ou de objetos furtados de malas em 94. O número de reclamações nos dois primeiros meses deste ano é de 24.

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