São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995
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Edu K reinventa o som dos bailes funk em seu primeiro disco solo

BIA ABRAMO
DA REPORTAGEM LOCAL

Edu K atravessou a história recente do rock como uma de suas figuras mais provocadoras, imprevisíveis e criativas. Como vocalista e compositor do grupo DeFalla, introduziu o funk-metal, integrou o rap e redimiu um certo pop.
Inquieto, Edu K mudava de estilo como trocava de roupa -e olha que ele mudava bastante de roupa. E elas eram bastante esdrúxulas. Quem não se lembra de sua performance no Hollywood Rock, com peruca rosa e top cintilante?
Os ingredientes que Edu K sempre teve para dar e vender foram o senso de humor e a curiosidade. ``Meu Nome é Edu K", seu primeiro disco solo, mostra a mais nova mutação do camaleão gaúcho. De cabelos curtos e terno escuro, Edu K se embrenhou no mundo dos bailes funk e dos melôs. Saiu com um disco que deve sacudir as pistas de dança.
Mas nada de bate-estaca mecânico e neurótico. Nas pistas que Edu vai conquistar, a dança é suingada, sensual, malandra. A paquera, deliciosamente sutil. Mesmo quando mais direta, por exemplo em ``Fiu Fiu (Gostosa)", soa como um carinho.
Com exceção de ``Black Coco" (um achado dos tempos da discoteca, de autoria de Ronaldo e Lincoln Olivetti) e ``Sai Prá Lá" (do guia espiritual Tim Maia), todas as composições são de Edu. Ele ainda tocou teclados e produziu todas as faixas. Aliás, discos como o de Edu e o de Taciana (``Janela de Sonhos") demonstram que começa a existir uma cultura de produção de discos fora dos nomes óbvios das grandes gravadoras.
Não falta uma velha característica do DeFalla: um certo gosto para a obscenidade, como em `Melô do Corno" e ``Vai Tomar no...". Um romantismo levemente safado permeia composições como ``Eu Te Amo". Se ``Meu Nome É Edu K" só não tocar no rádio, é porque tem alguma coisa muito errada.

Disco: Meu Nome é Edu K
Lançamento: Dabliú Discos
Distribuição: Warner
Preço: R$ 20 (o CD, em média)

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