São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995 |
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CD recupera a estréia de Marina Lima
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
A escolha dá as pistas para decifrá-la. Dolores foi, como Marina é, uma das poucas cantoras compositoras da MPB. A interpretação esclarece mais ainda. Mesmo cantando as dores-de-cotovelo de Dolores (``Ai, a solidão vai acabar comigo"), Marina opta pela agressividade e pela provocação. Revelada numa época pródiga em cantoras de MPB, Marina procurava impor-se pela interpretação, mas sempre em registro bastante particular. Percebendo em seguida o início de uma década perdida para a MPB (representada pelos bodes expiatórios Robson Jorge e Lincoln Olivetti, arranjadores aliás de ``Simples como Fogo"), migrou para o nascente rock brasileiro. Nesta vertente, destacou-se da massa pela originalidade, mas produzindo ainda discos de impasse. A virada se dá em ``Virgem" (1987), quando ela escapa do rock e mergulha de vez em seu próprio universo, sem par na MPB. Em discos cada vez mais pessoais a partir daí, mostra-se afinal muito mais interessante que as promessas de ``Simples como Fogo", e só não disputa com Marisa Monte o título de futura grande cantora brasileira por não compartilhar da ambição daquela. Disco: Simples como Fogo Autora: Marina Lançamento: Warner Quanto: R$ 18,00, em média Texto Anterior: Edu K reinventa o som dos bailes funk em seu primeiro disco solo Próximo Texto: Kasdan faz 'Candelabro Italiano' dos 90 Índice |
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