São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995
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CD recupera a estréia de Marina Lima

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REDAÇÃO

``Solidão", de Dolores Duran, abre o primeiro disco de Marina, ``Simples como Fogo" (1979), relançado agora em CD.
A escolha dá as pistas para decifrá-la. Dolores foi, como Marina é, uma das poucas cantoras compositoras da MPB. A interpretação esclarece mais ainda. Mesmo cantando as dores-de-cotovelo de Dolores (``Ai, a solidão vai acabar comigo"), Marina opta pela agressividade e pela provocação.
Revelada numa época pródiga em cantoras de MPB, Marina procurava impor-se pela interpretação, mas sempre em registro bastante particular.
Percebendo em seguida o início de uma década perdida para a MPB (representada pelos bodes expiatórios Robson Jorge e Lincoln Olivetti, arranjadores aliás de ``Simples como Fogo"), migrou para o nascente rock brasileiro.
Nesta vertente, destacou-se da massa pela originalidade, mas produzindo ainda discos de impasse.
A virada se dá em ``Virgem" (1987), quando ela escapa do rock e mergulha de vez em seu próprio universo, sem par na MPB.
Em discos cada vez mais pessoais a partir daí, mostra-se afinal muito mais interessante que as promessas de ``Simples como Fogo", e só não disputa com Marisa Monte o título de futura grande cantora brasileira por não compartilhar da ambição daquela.

Disco: Simples como Fogo
Autora: Marina
Lançamento: Warner
Quanto: R$ 18,00, em média

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