São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Campanha teve até carta

DO ENVIADO ESPECIAL

A vitória de d. Lucas Moreira Neves deve ser, em boa parte, creditada a d. Amaury Castanho, 64, bispo-auxiliar de Jundiaí (60 km a noroeste de São Paulo).
Conforme a Folha antecipou no último dia 23 de março, d. Amaury rompeu com a tradição de eleições da CNBB e mandou cartas a cerca de 200 bispos do país propondo o nome de d. Lucas para presidir a entidade.
Nas cartas, indicava também nomes de bispos para os demais cargos diretivos. As correspondências explicitavam que havia uma divisão na CNBB. Segundo d. Amaury, chegara a hora da ``maioria silenciosa" mostrar sua força.
Para ele, era preciso fazer com que a igreja voltasse a se preocupar mais com as questões mais religiosas, de se voltar mais para o ``anúncio (de Jesus Cristo) do que para a denúncia".
D. Amaury deixou explícita a divisão até mesmo ao endereçar a correspondência: os bispos ``progressistas" não receberam as cartas.
Apesar dos protestos de vários bispos que não gostaram de ver seus nomes incluídos na chapa formada por d. Amaury, a estratégia deu certo.
Ex-diretor do jornal ``O São Paulo", da Arquidiocese de São Paulo, o bispo de Jundiaí rejeita o rótulo de ``conservador". Gosta de ressaltar que, na sua época, ``O São Paulo", por diversas vezes, criticou os governos militares.

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