São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Lula diz que governo "aposta no impasse"

Petista vê intenção de apoio a reformas

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem que o governo federal ``aposta na radicalização do impasse" hoje existente entre petroleiros e Petrobrás para jogar a população contra o movimento grevista.
O objetivo do governo, diz Lula, é conseguir o apoio da sociedade ao projeto de quebra do monopólio estatal do petróleo, em discussão no Congresso.
``O governo precisa parar de se esconder atrás da decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho, que julgou ilegal a greve) e abrir negociações entre as partes para evitar que se repita o que ocorreu em 88 na CSN", disse.
Lula se refere à invasão da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) pelo Exército, quando morreram três grevistas.
Para Lula, o fato do TST ter considerado abusiva a greve, determinando que os petroleiros deveriam voltar ao trabalho, não é obstáculo às negociações.
``A única solução para o impasse é a vontade política do governo para negociar."
O presidente do PT disse que a greve dos petroleiros não é contra as reformas da Constituição, mas pelo cumprimento do acordo firmado entre a categoria e o então presidente Itamar Franco.
O presidente Fernando Henrique deverá receber hoje uma comissão de parlamentares que pedirá a abertura de negociações com os grevistas da Petrobrás.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) aproveitou ontem a presença de FHC na abertura da exposição da coleção de obras de arte do presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho, para pedir a audiência.
FHC disse que não vai negociar com os petroleiros enquanto eles não retornarem ao trabalho, segundo o senador.
Suplicy disse que o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) participaria desta audiência. Também presente à abertura da exposição, no prédio do Ministério das Relações Exteriores, ACM negou que faça parte da comissão.

Colaborou a sucursal de Brasília

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