São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Índice Bovespa registra queda de 2,6%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As Bolsas de Valores fecharam ontem em baixa de 2,6% em São Paulo (Bovespa) e de 2,2% (Senn) no Rio de Janeiro, apesar da vitória de Menem nas eleições na Argentina.
O resultado na Argentina é considerado um fato positivo pelo mercado. O desempenho das cotações confirmou a velha tradição de que a ``Bolsa sobe no boato e cai no fato", diz Geraldo Carbone, diretor do Banco de Boston.
O mesmo fenômeno aconteceu em outubro do ano passado, quando as Bolsas caíram após a vitória do presidente Fernando Henrique Cardoso nas eleições.
Carbone observa que os investidores fizeram compras de ações na semana passada na expectativa de que houvesse hoje uma entrada maior de recursos externos nas Bolsas, após a vitória de Menem.
Como não ocorreu ontem volume expressivo de dinheiro externo, as Bolsas caíram. O volume de negócios na Bolsa paulista caiu de R$ 204,7 milhões na última sexta-feira para R$ 188,4 milhões ontem. Os investidores estrangeiros continuam preocupados com as elevadas taxas de juros no Brasil, com o crescimento nos atrasos de pagamentos pelas empresas (inadimplência) e com as greves nas estatais, como nas refinarias de petróleo. Ontem, as ações da Petrobrás PN lideraram a baixa na Bolsa paulista com baixa de 4,9%.
A vitória de Menem provocou, no entanto, efeito indireto nas cotações dos títulos da dívida externa (C-Bonds) brasileira, que atingiram 50 centavos de dólar ontem, contra 49 centavos na última sexta-feira.
Os juros estão em queda no mercado futuro, por causa da expectativa de redução no consumo e nas taxas de inflação nos próximos meses, diz Francisco de Almeida Leite, diretor da RMC, a corretora que realizou o maior volume de negócios na Bolsa de Mercadorias & Futuros em abril.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,148%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,67% para 30 dias úteis, projetando rendimento de 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,73% ao mês, com rendimento de 4,29% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,9294%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 38% e 64,20% ao ano. CDBs pós-fixados de 123 dias: 13,5% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,90% ao mês, projetando rentabilidade de 5,22% no mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 78% e 146% ao ano.
No exterior
Prime rate: 9% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 2,6%, fechando com 38.940 pontos e volume financeiro de R$ 188,4 milhões. Rio: queda de 2,2%, encerrando a 18.458 pontos e movimentando R$ 25,78 milhões.
Bolsas no exterior
Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 16.609,70 pontos ontem. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.513,70 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,888 (compra) e R$ 0,889 (venda). Segundo o Banco Central, na última sexta-feira, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,895 (compra) e por R$ 0,897 (venda). ``Black": R$ 0,873 (compra) e R$ 0,883 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,883 (compra) e R$ 0,888 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,870 (compra) e R$ 0,905 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,18%, fechando a R$ 10,92 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até 12 de maio foi positivo em US$ 652,37 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 128,98 milhões. O saldo total está positivo em US$ 781,35 milhões.
No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5597 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4457 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 87,06 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 384,90.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para maio fechou a 4,24% no mês e para junho a 3,92% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 39.000 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para maio fechou a R$ 0,905 e a R$ 0,923 para junho.

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