São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Governo prevê batalha política

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo já sabe que enfrentará problemas para estabelecer a desindexação (fim da correção automática de preços e contratos pela inflação passada) da economia.
É prevista uma grande batalha política, inclusive contra os próprios aliados no Congresso, para acabar com a correção integral dos salários pelo IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em real) na data-base de cada categoria.
Na avaliação de membros da equipe econômica, ainda há na sociedade uma grande pressão pela permanência da indexação.
Outra etapa da desindexação -que envolve contratos e aplicações financeiras- é apontada como fácil politicamente.
Mas esta é a de solução técnica mais difícil. Até agora, nenhum dos economistas do governo descobriu como eliminar a indexação pela TR (Taxa Referencial).
O governo ainda não definiu as propostas que pretende discutir com o Congresso a partir do próximo mês. Quer iniciar as discussões antes de julho, para aproveitar o fim do repasse automático do IPC-r aos salários e apresentar uma política salarial de transição para a livre negociação.
A política salarial de transição deve durar no máximo 12 meses, a partir de julho, com reajustes ainda na data-base.
A atual política salarial prevê o repasse do IPC-r uma única vez, na data-base de cada categoria, a partir de julho.
Segundo a MP (medida provisória) do real, essa política acaba a partir de julho.
A idéia inicial da equipe econômica era implantar em julho a livre negociação. Optou-se por uma política de transição porque a inflação anual (prevista entre 25% e 30%) ainda é considerada alta. Com isso, poderia haver risco de serem criados mecanismos de indexação.

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