São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995 |
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VW muda tabela em junho sem negociar com governo
ARTHUR PEREIRA FILHO
``Precisamos do aumento porque temos investimentos para fazer. Precisamos dessa margem para investir porque não vamos pedir dinheiro para o governo", disse Miguel Jorge, 50, vice-presidente de Recursos Humanos e Assuntos Corporativos da Volkswagen. Entre esses investimentos estão as duas novas fábricas -uma de caminhões e outra de motores- que a Volks pretende construir no país até o final de 96. No mês que vem, segundo Jorge, será anunciado o local de instalação da nova fábrica de caminhões, um investimento de US$ 250 milhões. Miguel Jorge disse que um novo aumento dos carros no mês que vem é necessário porque o reajuste médio de 7,5% -aplicado em maio- não é suficiente para compensar o aumento de custos. ``As montadoras poderiam ter aumentado os preços a qualquer momento. Não existe controle de preços no país", explica Jorge. Os carros da Volkswagen estão entre 5,6% e 9,9% mais caros desde o início da semana passada. Segundo Jorge, o reajuste não foi resultado de um acordo com o secretário de Acompanhamento Econômico, José Milton Dallari. ``Fomos convidados para uma reunião com o secretário. Apenas informamos a ele qual seria o percentual de aumento". A GM e a Ford também divulgaram aumentos entre 4,5%% e 9,9%. Os modelos ``populares" da Volks e da Ford ficaram 9,9% mais caros. O Corsa, 9,8%. Miguel Jorge afirma que os carros ``populares" sofreram um reajuste maior porque ``havia uma defasagem maior do que em outros modelos". A Fiat foi a única montadora que decidiu não reajustar seus preços este mês. Miguel Jorge tem uma explicação para essa decisão do concorrente: ``A data-base dos metalúrgicos de Minas (onde fica a fábrica da Fiat) é apenas em outubro. Na região do ABC, a data-base foi em abril". A Volkswagen não teme perder mercado para o concorrente, diz Jorge, apesar de estar cobrando mais pelos carros. ``Nós conhecemos nosso produto"', afirma. Em abril, conta, o Gol deu ``um banho de venda" no segundo colocado, o Uno. ``Vendemos 6.000 carros a mais". Na opinião de Jorge, ``um produto superado deve ser mesmo mais barato que um produto mais novo". A decisão da Fiat de reduzir o preço do seu carro importado, o Tipo, também não preocupa o vice-presidente da Volkswagen. ``O Golf concorre com o Tipo na Europa e vende muito mais, embora seja mais caro", afirma. Texto Anterior: Governo prevê batalha política Próximo Texto: Concessionárias têm 60 mil carros em estoque Índice |
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