São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Venezuela quer maior integração com Brasil

FERNANDO GODINHO
COORDENADOR DE ECONOMIA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Venezuela se interessa pela zona de livre comércio que está sendo consolidada pelo Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul, formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). Mas seu embaixador do Brasil, Alfredo Toro Hardy, reconhece que há interesse prioritário na economia brasileira.
``Para nós, é interessante termos produtos brasileiros na Venezuela, até mesmo para forçar uma concorrência de preços junto aos nossos produtos nacionais", disse à Folha o embaixador.
Os últimos números do comércio exterior entre os dois países mostram que, em 1994, as exportações venezuelanas para o Brasil superaram as importações em US$ 257,6 milhões.
As negociação para a entrada da Venezuela no Mercosul estão sendo feitas a partir do Pacto Andino -organização econômica formada atualmente pela Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela e criada em 1969 para melhorar a cooperação entre os países da região andina.
Os plano da Venezuela, segundo o embaixador Toro Hardy, é conseguir a eliminação tarifária total com o Brasil dentro de 10 anos, no máximo.
Segundo ele, interessaria à Venezuela adquirir os produtos brasileiros fabricados na ZFM (Zona Franca de Manaus), além de diversos itens do setor alimentar.
Por outro lado, Hardy calcula que a Venezuela poderia vender ao Brasil não só petróleo e derivados, como também eletricidade, produtos petroquímicos, siderúrgicos e metalúrgicos (a maioria destes produtos voltados para o parque industrial da ZFM).
Para intensificar o lobby venezuelano dentro do Mercosul, a embaixada da Venezuela no Brasil promove a partir de amanhã, em São Paulo, o seminário ``Mercosul-Venezuela". Cerca de 60 empresários e 15 políticos daquele país estarão no Brasil para discutir o assunto. Os ministros brasileiro Pedro Malan (Fazenda) e argentino Domingo Cavallo (Economia) também foram convidados, além de todos os chanceleres dos países do Mercosul.

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